COMISSÕES

Cece aborda mudança de endereço do Neeja Paulo Freire

  • 5ª Reunião ordinária da CECE sobre a proposta de mudança temporária de endereço do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Cultura Popular Paulo Freire (NEEJA) devido a troca do telhado.
    Professor Sílvio Oliveira questionou a realocação temporária do Neeja para uma unidade de ensino distante (Foto: Júlia Urias/CMPA)
  • 5ª Reunião ordinária da CECE sobre a proposta de mudança temporária de endereço do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Cultura Popular Paulo Freire (NEEJA) devido a troca do telhado.
    Jonas Reis (PT) foi o proponente da pauta (Foto: Júlia Urias/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude da Câmara Municipal de Porto Alegre (Cece) se reuniu hoje (12/3) para debater a mudança temporária de endereço do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Cultura Popular (Neeja) Paulo Freire. O prédio que abriga a escola passará por reforma no telhado. A reunião foi proposta pelo vereador Jonas Reis (PT) e conduzida pelo presidente da Cece, vereador Conselheiro Marcelo (PSDB).

A partir de uma denúncia feita por professores, servidores, alunos e entidades da área educacional, Reis propôs a pauta, que foi bem recebida pelos demais vereadores presentes na comissão: Hamilton Sossmeier (PODE), Mari Pimentel (Novo) e Prof. Alex Fraga (PSOL). "Estamos falando aqui de uma instituição estadual que se volta muito para a cidade, pois ainda temos milhares de pessoas que não se alfabetizaram. Quem dirá então, concluir o ensino fundamental", ressaltou o vereador.

O Neeja Paulo Freire está localizado no bairro Auxiliadora, na zona Norte da Capital, e atua há mais de 38 anos na reinserção de jovens, adultos e idosos no ensino básico de educação. Atualmente, é o único instituto educacional que oferece alfabetização para adultos em Porto Alegre, atendendo alunos de 38 bairros da zona Norte e 12 cidades da Região Metropolitana.

Em janeiro, a escola foi alvo de um assalto que danificou a estrutura do telhado de um dos prédios. Após o incidente, o Neeja Paulo Freire sofreu com as chuvas do mesmo mês, passando por reforma emergencial. Em fevereiro, os professores foram surpreendidos pelo comunicado da diretora da unidade sobre a necessidade de mudança do núcleo para o antigo prédio escolar da rua Felipe de Oliveira, alegando necessidade de reformas internas no prédio antigo. "Mas por que nos mudar daqui em primeiro lugar? É um prédio histórico, estamos enraizados aqui, tem memória, tem história, tem 38 anos trabalhando com jovens, adultos e idosos", questionou o professor Sílvio Alexandre de Oliveira.

O apelo dos representantes do Neeja Paulo Freire é para que sejam prestadas justificativas pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) sobre as motivações da mudança, os prazos para retorno e a negociação de um espaço para abrigar a escola durante as reformas que atenda às necessidades da comunidade. A pasta foi convidada para a reunião, mas não enviou representantes para prestar esclarecimentos.

"A ideia era nos levar para o prédio da antiga Escola Felipe de Oliveira, próximo à Avenida Ipiranga. Nós colocamos a seguinte questão: de todos os espaços em que podemos estar, justo aquele, é um local que fica a 4,1 km do Paulo Freire. Quem usa o nosso Neeja são jovens, adultos e idosos do eixo da zona Norte de Porto Alegre, que conseguem usar um ônibus e caminhar dez minutos para acessar o local. Caminham dez ou quinze minutos para economizar a passagem. Essa é a realidade do aluno que faz o Neeja", destacou Oliveira.

Ouvindo os pedidos dos professores e alunos, os parlamentares presentes se puseram à disposição para encaminhar à Seduc e à Secretaria de Obras Públicas do Estado um ofício solicitando os prazos para a reforma, os laudos técnicos do prédio e uma reunião com a Defensoria Pública para oferecer uma alternativa de transporte público que facilite a mobilidade dos estudantes para o prédio provisório.

Os educadores reforçaram que defendem a manutenção do prédio, mas exigem que sejam traçados e apontados os prazos para entrega da reforma e retorno ao prédio que, segundo eles, tem "memória afetiva, educativa e cultural", para que os alunos possam retornar ao seu local de pertencimento.

Texto

Brenda Andrade (estagiária de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)