CONTINUAÇÃO TEXTO CEDECONDH CASO ESTUPRO
A vereadora Mônica Leal (PP) questionou as autoridades sobre a possibilidade de
que o exame de corpo e delito em casos de estupro fosse feito por mulheres,
a fim de evitar constrangimentos para as vítimas deste crime. "É impossível que
não exista sequer opção, que, após episódios como este, uma mulher seja obrigada
a ser examinada por um homem. Aqui, mais do que partidos, estamos interessados na
defesa das mulheres", afirmou, concordando com Melchionna.
Do outro lado, o Instituto Geral de Perícias (IGP) alegou que não possuía pessoal
para realizar estas modificações. O último concurso público para o setor foi feito em
2008 e as médicas não estão dispostas a serem realocadas.
Coordenadora da União Brasileira de Mulheres (UBM) no Rio Grande do Sul, Cristina Correia
reclamou que as ações efetivas para combater a violência contra a mulher quase não saem
do papel, ou levam muito tempo até se concretizarem. "Não vejo vontade política para
solucionar isto. Vamos continuar reclamando das mesmas coisas, e as mulheres estão morrendo", lamentou.
As ativistas presentes também cobraram que o atual governo estadual não desmonte
o centro de referência da mulher, bem como a Rede Lilás, políticas do último governo construídas após muita reivindicação do movimento feminista.
Como encaminhamentos a CEDECONDH se prontificou em acompanhar a sindicância do caso de negligência relatado; cobrou a reforma da Delegacia da Mulher, garantindo um acesso separado às vítimas destes crimes; inversão de fluxo no atendimento do Departamento Médico-Legal (DML), começando pelos exames psicológicos e só depois realizando o procedimento de corpo e delito; sugestão de perito mulher sempre à disposição para casos de estupro, mediante realização de concurso público para o setor, além da inspeção dos equipamentos da rede de proteção à mulher no município de Porto Alegre.
Texto: Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Texto: Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)