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Cosmam busca solução para problemas financeiros do Beneficência

Trabalhadores do hospital não recebem salários há cinco meses.

  • Comissão de Saúde e Meio Ambiente discute a situação do Hospital Beneficência Portuguesa.
    Trabalhadores acompanharam reunião e pediram solução para atrasos salariais (Foto: Candace Bauer/CMPA)
  • Comissão de Saúde e Meio Ambiente discute a situação do Hospital Beneficência Portuguesa.
    Reunião desta terça-feira na Cosmam (Foto: Candace Bauer/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidida pelo vereador André Carús (PMDB), deverá intermediar agendamento de reunião entre os atuais gestores do Hospital de Beneficência Portuguesa e a Secretaria Municipal de Saúde com o Banrisul. O objetivo é buscar aporte financeiro com o qual seja possível quitar o passivo trabalhista existente na Beneficência – os servidores estão há cinco meses sem receber salários -, bem como retomar o atendimento pleno à população. Atualmente, de 187 leitos lá existentes, apenas dois estão ocupados.

Após o encontro com o Banrisul, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre deverá compor com a Beneficência – e sempre com o acompanhamento da Câmara Municipal –, grupo de trabalho no qual deverá ser revista a administração dessa casa de saúde. Estes dois encaminhamentos foram definidos na manhã desta terça-feira (21/11), durante reunião da Cosmam. As discussões nesta data deram sequência à visita ao Hospital, feita no dia 25 de outubro, quando, a pedido dos funcionários da instituição, vereadores e vereadoras estiveram no local para conhecer os problemas existentes.

Complexidades

Na manhã desta terça-feira, o atual gestor do Hospital, José Antônio Pereira de Souza, afirmou que os problemas financeiros iniciaram com a quebra de contrato com empresa de radiologia. “Ao ser rompido o serviço de radioimagem, o hospital ficou sem poder atender altas complexidades, e o faturamento começou a cair vertiginosamente.” Souza também historicizou tentativas de empréstimos feitos junto ao Banrisul e à Caixa Econômica Federal, bem como tratativas junto à Secretaria de Saúde da Capital. Ele ainda salientou que, se for imperativo da Saúde Municipal, para a solução dos problemas, não haverá impedimento de sua parte em deixar o comando da instituição.

Conforme João Marcelo Lopes Fonseca, diretor de Atenção Hospitalar e Emergências, da Secretaria de Saúde, o Município adiantou a Beneficência R$ 5,9 milhões por serviços que ainda não foram realizados. Fonseca destacou igualmente que, em junho deste ano, a Central de Leitos, responsável pela distribuição de pacientes na rede de atendimento do SUS, contava com 120 unidades naquela casa de saúde. A partir de então, conforme ele, houve uma redução mensal de 70, 40 e 20 leitos, chegando a apenas dois leitos em outubro. “É difícil sustentar um hospital com menos de 100 leitos”, afirmou Fonseca.

A reunião da Cosmam, nesta terça-feira, também contou com a presença de representantes do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde (Sindisaúde-RS), do Sindicato dos Enfermeiros (Sindsepe/RS) e do Sindicato Médico (Simers), além de dezenas de trabalhadores do Beneficência Portuguesa. As discussões, presididas por André Carús (PMDB), igualmente tiveram a participação dos vereadores Paulo Brum (PTB), Aldacir Oliboni (PT), Fernanda Melchionna (PSOL), Mauro Pinheiro (Rede), José Freitas (PRB), Cláudio Janta (SD), Dr. Thiago Duarte (DEM) e Marcelo Rocha (PSOL).

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)