Cosmam recebe secretário Stürmer para balanço da Saúde no 1º quadrimestre
Em reunião virtual realizada na manhã desta terça-feira (26/5), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre ouviu o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, que fez a apresentação do Relatório de Gestão da Saúde do primeiro quadrimestre de 2020, destacando que esse talvez seja o período mais desafiante que sua pasta já tenha experimentado. “Nesse quadrimestre fomos marcados pelo surgimento da Covid-19. Temos muitos desafios e uma equipe dedicada a qualificar a gestão”, afirmou.
Stürmer traçou um histórico sobre o início da pandemia e a forma como a capital lidou com a questão. “Em 31/12/19 a China fez o primeiro alerta de casos de pneumonia e um mês depois tivemos o primeiro caso suspeito do corona vírus na capital. No dia 7 de fevereiro já estávamos com um plano de contingência municipal contra a doença”, destacou, enfatizando que a primeira confirmação em Porto Alegre ocorreu em 9 de março. Ele observou que a cidade entrou na fase de transmissão sustentável no dia 23 de março, momento em que foi estabelecida a quarentena e a instalação de seis tendas em pontos estratégicos.
“Hoje já rompemos a barreira dos mil casos confirmados e nos hospitais públicos temos a ocupação de 68 leitos entre suspeitos e confirmados. A curva tem a limitação da testagem e estamos trabalhando para ampliar. Sabemos que o mês de julho sempre é o pico de atendimentos de casos de síndrome gripal e os casos estão espalhados em toda a cidade”, relatou - informando que o ingresso de receitas municipais, estaduais e federais no primeiro quadrimestre corresponde a pouco mais R$ 651,1 milhões, sendo que nesse período a despesa foi equivalente a R$ 582,8 milhões. “Investimos 16% de recursos municipais em ações e serviços públicos em saúde apenas nos primeiros quatro meses de 2020. Em 2019 foram 12%”, afirmou.
O titular da pasta ainda ressaltou ações como o acompanhamento de obras como as do hospital Santa Marta, por exemplo, que estão sendo realizadas como contrapartidas, além do avanço na integração dos dados clínicos, o prontuário eletrônico integrado e a ampliação dos pontos de coleta ambulatoriais na Restinga. A extinção do IMESF também foi citada por Stürmer pelo fato de ter levado a um progressivo desligamento de profissionais da saúde, o que, segundo ele, só deverá ter resolução quando forem sanadas as questões judiciais.
A oferta total de oito unidades de pronto-atendimento funcionando até as 22 horas foi ressaltada pelo secretário. “Em abril e maio tivemos uma redução de cerca de 26% nos atendimentos e consultas em função da pandemia, com exceção de atendimentos oncológicos, pré-natal e questões referentes a transplantes”, disse. Ele informou que a da fila de espera para a marcação de consultas reduziu significativamente nos últimos anos e hoje é de 37 mil pessoas, sendo que os atendimentos mensais chegam a 35 mil pessoas, o que, segundo ele, é praticamente atender toda a demanda.
Pablo comentou sobre as internações em leitos de UTI em Porto Alegre, sendo que 55 % correspondem a pacientes da capital e 44 % do interior. “Anunciamos a ampliação do número de leitos na cidade. Só no Hospital Vila Nova são 66 novos leitos e, em breve, a ampliação do Hospital Independência, com 60 leitos”, apontou.
Vereadores
A vereadora Claudia Araújo (PSD) levantou questões que lhe chegam por parte dos usuários como agendamentos e a forma como os recursos estão sendo utilizados. A situação dos moradores de rua, das casas geriátricas e dos servidores do IMESF também foi ressaltada pela vereadora como tema relevante. O vereador Aldacir Oliboni (PT) também comentou acerca do instituto e os valores destinados à atenção primária apresentados pelo secretário.
A presidente interina da Comissão Especial da Saúde da OAB/RS, Mariana Polydoro de Albuquerque Diefenthäler, colocou o órgão à disposição para contribuir nesse debate. O diretor geral do SIMPA, João Ezequiel da Silva, declarou que apesar das divergências, o sindicato sempre trata a secretaria com respeito buscando diálogo e alertou. “No Hospital Presidente Vargas orientam os trabalhadores a usarem a máscara caseira em alguns setores”. O secretário afirmou que nas áreas administrativas essa é a orientação, uma vez que há escassez desses materiais no mundo todo.
O encontro foi presidido pelo vereador José Freitas (Republicanos) e contou com a participação do presidente do Legislativo, vereador Reginaldo Pujol (DEM).