COMISSÕES

Cosmam trata sobre os avanços das políticas públicas para os fibromiálgicos

  • 13ª Reunião (Ordinária) da COSMAM – Os avanços das políticas públicas para os fibromialgicos em Porto Alegre.  Com as presenças de Fávio Télis e Rosana Neibert dos Santos da saúde do município, e representantes do Fibromiálgicos.
    13ª Reunião Ordinária da Cosmam contou com vereadores, representantes da SMS e dos fibromiálgicos (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • 13ª Reunião (Ordinária) da COSMAM – Os avanços das políticas públicas para os fibromialgicos em Porto Alegre.  Com as presenças de Fávio Télis e Rosana Neibert dos Santos da saúde do município, e representantes do Fibromiálgicos.
    Líder da região sul da Anfibro, Heloisa Nery (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Na manhã desta terça-feira (09/05), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) tratou sobre os avanços das políticas públicas para os fibromiálgicos em Porto Alegre. O proponente da pauta foi o presidente da Cosmam, vereador José Freitas (Republicanos), que abriu a reunião lembrando que em 12 de maio é comemorado o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia. O parlamentar citou alguns dos sintomas da doença, como dor crônica no corpo todo, fadiga, sono não reparador, alterações de memória, ansiedade, depressão entre outras. “Eu levantei essa bandeira pra ver se a gente pode amenizar um pouco da dor desses pacientes”, declarou Freitas. 

O vereador citou um projeto, que virou lei em 2020, do colega Engenheiro Comassetto (PT), para priorizar o atendimento das pessoas com fibromialgia. Freitas também mencionou um projeto, de sua autoria, para instituir a Política Municipal de Proteção dos Direitos da Pessoa com Fibromialgia, que já está na ordem do dia. “As luzes externas da Câmara estão roxas, em alusão ao Dia da Fibromialgia e, no dia 25 de maio, será realizado um seminário sobre o tema, no Plenário Ana Terra”, avisou o parlamentar.

A líder da região sul da Anfibro, Heloisa Nery, contou que o grupo luta desde 2018 pelos pacientes com fibromialgia, além de outras doenças que geram dores crônicas. “O Rio Grande do Sul é o Estado mais atrasado em políticas públicas para fibromialgia, estamos perdendo pro Norte e pro Nordeste”, criticou. Por outro lado, ela ponderou a importância da inciativa do vereador Freitas e da Câmara em trazer à luz o debate sobre a doença. Heloisa pediu mais capacitação das equipes de saúde pública no atendimento aos fibromiálgicos, além de inserir profissionais da área da saúde mental, tais como psicólogos.

A coordenadora do grupo Mulheres de Fibra, Cláudia Lisboa, falou sobre a dificuldade do dia a dia das pessoas com fibromialgia. “A gente nunca sabe o dia de amanhã, é uma incerteza de como a gente vai estar”, desabafou. Segundo Cláudia, espera-se de um a dois anos para uma consulta com reumatologista ou fisiatra, e muitas vezes, o diagnóstico ainda é dificultado. “Nós não somos coitadas, a gente quer trabalhar, a gente quer viver. Só que pra isso, a gente precisa de ajuda”, solicitou.

Representando a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na atenção primaria à fibromialgia, Rosana Neiber afirmou que a preocupação da pasta não é somente com a confecção das carteirinhas (para o atendimento prioritário), mas também em dar atenção às pacientes com fibromialgia. Ela disse que são realizadas ações em alguns sábados, com emissão das carteiras e oferta de terapias alternativas, como reike, meditação, e auriculoterapia; integrantes do projeto Viver Mais e Melhor, que trabalha com pacientes de doenças crônicas. “Eu sempre peço que as emendas (parlamentares) possam vir para a fibro, a gente precisa de recursos para poder investir mais”, observou.

O diretor de atenção hospitalar e de urgências da SMS, Favio Telis, explicou que a fibromialgia é uma doença perversa, que ao mesmo tempo em que provoca dores, ainda gera um efeito econômico e social, pois geralmente afasta a pessoa do trabalho e até do convívio. “Infelizmente, para os próprios colegas que atendem, falta a questão da sensibilidade e da empatia”, afirmou. O médico e gestor apontou que a maioria que sofre com a doença é mulher, assim como boa parte das doenças reumáticas e crônicas. “Só em Porto Alegre, em torno de 10 mil pessoas sofrem com essas doenças”, complementou. Ele finalizou sinalizando com a possibilidade de ser criado um centro específico de tratamento da dor no município, para atender pacientes com dores crônicas.

Nos encaminhamentos da reunião, o proponente se colocou à disposição para aprimorar o atendimento desses pacientes e que futuramente haja esse centro, além de investimento em terapias alternativas para alívio dos sintomas.

Texto

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)