Cremers decidirá hoje à noite quando Pacs volta a funcionar
A decisão sobre a reabertura do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (Pacs), na zona sul da Capital, será tomada às 20 horas desta terça-feira (3/7) pelo Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), após a realização de assembléia com os médicos do Pacs. A interdição ética do Postão pelo Cremers ocorreu em 23 de maio, em razão da precariedade das condições de trabalho (superlotação e carência de materiais e medicamentos), de estrutura física e de higiene. A afirmação foi feita nesta terça-feira à tarde pelo presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, durante a vistoria feita no local pelos integrantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal, do Cremers e do Sindicato Médico do RS (Simers).
Os secretários municipais da Saúde, Pedro Gus, e de Gestão e Acompanhamento, Clóvis Magalhães, afirmaram que as obras emergenciais iniciadas há cerca de 20 dias no Pacs estão praticamente concluídas, abrindo caminho para que a interdição seja suspensa. Todas as solicitações foram atendidas, disse Gus. Esta semana concluiremos as pinturas e a colocação de ar-condicionado nas salas. Na medida do possível, traremos mais psiquiatras para atender no Pacs. A principal mudança, no entanto, afirma o secretário, decorrerá da mudança do conceito de atendimento e de titulares de cargos de chefia.
Marco Antônio Becker reconheceu que as reformas emergenciais melhoraram as condições do Pacs, mas não quis adiantar a posição do Cremers sobre a possibilidade de levantamento da interdição. Becker disse que o Cremers analisará na assembléia os relatórios enviados pela SMS contendo as respostas aos itens propostos pelo Cremers e o Simers, tais como reforma emergencial, contratação de mais funcionários e novo fluxograma de atendimento. A parte física do prédio é importante, mas a superlotação só será resolvida com um novo conceito de atendimento, afirmou.
Na opinião de Becker, o Pacs não pode continuar funcionando como hospital. Segundo ele, os pacientes deverão ficar, no máximo, 72 horas internados no Pacs antes de serem encaminhados para casa, a uma Unidade Básica de Saúde ou a um hospital. Não basta voltar a atender, é preciso prestar um atendimento digno à população, disse. Sabemos que a interdição foi uma medida antipática, mas às vezes é preferível fechar o posto por um mês e conquistar um atendimento melhor.
Para a diretora do Simers, Clarissa Bassin, a assembléia deverá decidir, à noite, com base nos documentos enviados pela prefeitura e no laudo da Vigilância Sanitária.
O presidente da Cosmam, vereador Dr. Raul (PMDB), entende que já existem condições para a interdição ética ser suspensa, pois 80% das reformas foram realizadas. Ressaltando que a comunidade precisa do retorno do Pacs, Dr. Raul disse que é importante haver uma adequação no fluxo de pacientes para que o Pacs não se mantenha como um hospital informal.
Para o vice-presidente da Cosmam, Aldacir Oliboni (PT), as reformas realizadas no Pacs dão condições para que o Pronto Atendimento seja reaberto imediatamente. Seria uma insensibilidade do Cremers manter a interdição, declarou. Ele observou, no entanto, que o número de vagas na ala psiquiátrica aumentou apenas de 12 para 14, ficando as mudanças restritas à substituição de camas e pisos.
O vereador Claudio Sebenelo (PSDB) disse não acreditar que a interdição do Cremers seja levantada neste momento. Segundo ele, um complexo de saúde como o Pacs não funciona apenas com boa hotelaria e reforma do espaço físico, mas também com fluxograma de atendimento e gestão adequados.
Já o vereador Newton Braga Rosa entende que o motivo da interdição - a necessidade de reformas emergenciais - foi solucionado. Não há mais razão para a interdição, salientou.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)