Cuthab trata da implosão do Esqueletão
Comissão ouviu o secretário de Obras e Infraestrutura, André Flores (D) (Foto: Johan de Carvalho/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório) Prédio localizado no Centro da Capital está em processo de demolição (Foto: Julio Ferreira/PMPA)
Na manhã desta terça-feira (8/4), a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre tratou dos impactos da implosão do Esqueletão no entorno do prédio, localizado no Centro Histórico da Capital. A reunião foi proposta e conduzida pelo vereador Marcos Felipi (Cidadania).
O parlamentar destacou que “a obra é pretendida há muitos anos pela comunidade” e foi planejada para ocorrer em duas etapas. Na primeira, que está em andamento, a demolição ocorre de forma manual e mecânica. A segunda etapa prevê a implosão do restante do prédio. Felipi informou que, mesmo na primeira etapa, prédios do entorno, como a Galeria do Rosário, já estão sofrendo impactos aparentes em sua estrutura, e que há temores nos comerciantes da área por conta da implosão planejada.
“Estamos muito preocupados em relação à implosão”, afirmou Mateus Neumann, representante dos comerciantes da região. Ele disse que o prédio da Galeria do Rosário, onde mantém comércio, é antigo, e que há preocupação de que a implosão possa causar impactos no edifício. Neumann também elogiou o andamento da primeira etapa da demolição.
O secretário municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores, relatou que a construção do Esqueletão foi abandonada no final dos anos 1950 e que a edificação se tornou um “pesadelo urbanístico”. A redução de andares do prédio, a partir da primeira etapa, já causou um “impacto visual” significativo, disse. O secretário destacou que a demolição foi planejada para ter um impacto mínimo no entorno e informou que a empresa responsável pelo serviço precisa apresentar um estudo relativo a um raio de 400 metros do prédio e também fazer um seguro.
“Precisamos de atenção para ter segurança”, pois há diversos prédios históricos na região, destacou o secretário. Ele ressaltou que a Smoi não descarta ouvir argumentos e mudar de ideia em relação à implosão: “A demolição do Esqueletão não pode se tornar um pesadelo, tem que ser uma coisa boa para a cidade”. Caso seja feita a opção por terminar o serviço por meio da demolição mecânica (em detrimento da implosão), haverá um acréscimo de quatro meses no prazo da obra, disse Flores. Perguntado sobre o futuro do local após a demolição, o secretário afirmou que a questão será decidida pela Justiça, pois o terreno pertence a um particular.
Nos encaminhamentos, a comissão decidiu realizar uma visita ao local para conhecer os prédios no entorno do Esqueletão e observar possíveis impactos. “A obra é extremamente importante e precisa acontecer, mas também precisamos dar segurança para os comerciantes do Centro”, destacou o vereador Marcos Felipi.