Cece

Escola Coelho Neto terá novo prédio até o final do ano, garante SEC

Juliana (e) cobrou investimentos em educação Foto: Maria Helena Sponchiado
Juliana (e) cobrou investimentos em educação Foto: Maria Helena Sponchiado

Todas as escolas com salas de lata deverão ter as reformas concluídas até o final do ano. A informação foi dada pelo professor Jandir de Sordi, representante da Secretaria Estadual de Educação (SEC), em reunião na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal realizada nesta terça-feira (6/4). A resposta veio após questionamentos da direção e pais da Escola Estadual de Ensino Fundamental Coelho Neto, localizada no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, que registraram sua inconformidade com a situação de mais de 400 alunos, da 5ª a 8ª série, que estudam em contêineres.

Patrícia Jaqueline, diretora da escola, informou que os alunos estão divididos em cinco “salas de latas”, como são conhecidas, e que as temperaturas chegam aos extremos. “As salas são muito quentes no verão e geladas no inverno, sem contar o barulho insuportável em dias de chuva”, relata.

Patrícia destaca que os banheiros são insalubres e que os espaços não podem sofrer melhorias, pois são alugados. “É difícil para as crianças terem um aprendizado assim, com acústica ruim e fortes odores vindos dos banheiros. A situação é constrangedora. Nenhum aluno quer ir para uma escola assim”, avalia. Segundo ela, a comunidade aceitou as salas de lata com a promessa que o novo pavilhão seria concluído ainda no ano de 2009.

Árvore

A diretora também reclamou que, devido a um temporal em novembro do ano passado, uma árvore caiu na quadra esportiva da escola, além de danificar salas de aula, e que, nos diversos órgãos responsáveis a que procurou, lhe foi negado a retirada sob a alegação de "não serem de competência de determinadas pastas”. Este problema impede as aulas de educação física e as obras de recuperação do prédio afetado pelo temporal.

Para Andréia Martins, representando o Conselho de Pais e Mestres, muitos alunos estão se afastando ou saindo da escola pela precariedade do ensino. Ela criticou a situação: “Os alunos precisam da referência da escola para não caírem no mundo das drogas”.

Para o coordenador 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Jandir de Sordi, a rede física das 256 escolas estaduais na Capital é “a pior do Rio Grande do Sul”. Ele disse que há uma defasagem histórica em reformas nos prédios de ensino, e salienta que a Escola Coelho Neto está neste contexto. Salientou que existem muitas escolas em reforma e admitiu que os contêineres não são a melhor solução, mas que a sociedade “está pagando um preço” por não ter cuidado destes edifícios. “Várias escolas estão sendo reconstruídas totalmente, e todas as cinco escolas na Capital que possuem “salas de lata” deverão estar recuperadas até o final do ano”, justifica.

Jandir informou que a licitação da Escola Coelho Neto terá, já em 14 de abril, a abertura dos envelopes com as propostas para a construção do novo prédio. A obra está estimada em R$ 1,140 mil. Quanto ao problema da árvore na quadra, ele acionará o Departamento de Obras Escolares (DOE) da SEC para pleitear verba complementar que possa retirar o entulho.

Fiscalização

Na condução da reunião, a vereadora Sofia Cavedon (PT), vice-presidente da Cece, salientou que a comissão deve manter fiscalização permanente dos prazos licitatórios e do cronograma e projetos das obras na escola, e ressaltou que a comunidade “precisa de uma solução rápida para valorizar o serviço que lá é feito”.

Para Haroldo de Souza (PMDB), a sala de aula de um colégio deve estar em primeiro lugar. “Se não cuidarmos da educação, vamos enfrentar problemas. É uma vergonha para os políticos chegarmos a uma situação assim”, critica, ao lembrar que crianças não podem enfrentar este tipo de dificuldades.

Eleição

Ao final da reunião, a comissão elegeu, por unanimidade, a vereadora Juliana Brizola (PDT) para a presidência da Cece, que retornou de licença-maternidade. Ela substitui Mauro Zacher (PDT), que assume cadeira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em contato telefônico intermediado por Haroldo de Souza, a presidente eleita obteve a palavra do titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Professor Garcia, de que o órgão procurará solucionar o problema da árvore que está caída na quadra esportiva.

“Enquanto o povo não tiver acesso a uma educação de qualidade, fica tudo mais difícil. Nosso dia-a-dia reflete a falta de educação”, argumenta Juliana. Ela também ressalta a necessidade de fiscalizar o processo, que já tem comprometido verbas e prazos, conforme Jandir. Também participaram da reunião na Cece os vereadores Tarciso Flecha Negra (PDT) e Fernanda Melchionna (PSOL).

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)