Plenário

Escola divulga a cultura e hábito do chimarrão

Schwengber destacou que erva-mate já foi chamada de árvore da vida Foto: Lívia Stumpf
Schwengber destacou que erva-mate já foi chamada de árvore da vida Foto: Lívia Stumpf

A Escola do Chimarrão participou hoje (16/9) do período de Comunicações Temáticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, quando apresentou aos vereadores a história da bebida. Pedro Schwengber, professor da escola, explicou que o chimarrão é mais antigo que o Brasil. "Antes mesmo de esta terra se chamar Brasil, já se tomava chimarrão aqui. Aprendemos com os indígenas a cultivar a erva-mate, a preparar o chimarrão e a tomá-lo", afirmou Schwengber. A Escola do Chimarrão, acrescentou, foi fundada em 1998 na cidade de Venâncio Aires (RS) como projeto cultural de uma empresa ervateira e se tornou uma ONG em 2004. "Desde então, temos percorrido o Brasil inteiro e vários países para divulgar a cultura do chimarrão."

Schwengber disse que o chimarrão só não é mais conhecido no mundo porque não tem o marketing do café ou do vinho. "O gaúcho, por exemplo, não conhece as propriedades do chimarrão. Toma a bebida por hábito, por tradição que passa de pai para filho." Mas o chimarrão, segundo ele, é uma bebida com inúmeras propriedades medicinais. "Em 1965, pesquisadores franceses do Instituto Pasteur classificaram a erva-mate como a árvore da vida. Ela tem quase todas as vitaminas necessárias ao organismo, tem o dobro de antioxidantes presentes no vinho e o triplo da quantidade encontrada no chá verde. Medicamentos para doenças como Alzheimer, Parkinson, asma e bronquite têm como princípio ativo a erva-mate." Para Schwengber, vai chegar o dia em que os médicos vão recomendar o chimarrão como remédio

O professor da Escola do Chimarrão também contestou suspeitas levantadas por alguns profissionais médicos de que a bebida causa câncer de garganta. "Dizem que o RS é o estado com maior índice de mortes por câncer de garganta. Mas não dizem que o Estado também é o campeão em número de fumantes e de consumidores de álcool. "Conheci três pessoas que morreram por causa desta doença: um irmão e dois amigos. Todos eles fumavam e bebiam, mas só meu irmão tomava chimarrão."

Conforme Schwengber, o cuidado que se deve ter ao ingerir chimarrão é com a temperatura da água, que não pode ser superior a 75 graus centígrados. "A água, depois que ferve, não serve mais para o chimarrão, pois perde oxigênio e fica pesada." Quanto à erva, disse que o cuidado é com a data de fabricação. "Para conservá-la, deve ser colocada no freezer. E a melhor época para se comprar erva é agora em setembro."

A participação da Escola do Chimarrão na sessão plenária desta quinta-feira integra as comemorações dos três anos de fundação da Escola do Legislativo Julieta Battistioli.

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

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