Cece

Família Silva reclama de ameaças ao quilombo

Manuela disse que a Cece vai intervir para proteger comunidade  Foto: Kaiser Konrad
Manuela disse que a Cece vai intervir para proteger comunidade Foto: Kaiser Konrad

A Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) recebeu nesta terça-feira (31/10) representantes do Quilombo da Família Silva, do Incra e da Condor Empreendimentos Imobiliários. Durante o encontro, o advogado da Família Silva, Onir Araújo, relatou que os problemas que as obras no entorno do quilombo estão oferecendo àquela comunidade. Afirmou que está havendo desrespeito e desumanidade, colocando em risco a vida dos quilombolas, principalmente a perfuração, que está causando desmoronamento, e as máquinas pesadas, que estão ameaçando uma fossa asséptica instalada no local. Acrescentou que as obras também vão afetar a circulação de ar, numa tentativa de sufocar e tornar inviável a permanência dos Silva no quilombo. Disse que não conhece as plantas e os relatórios de impacto ambiental e cultural.

O advogado da empresa Condor, Mathias Kisslinger Rodrigues, esclareceu que a área a que Família Silva se refere não é de responsabilidade da Condor, tendo sido feita uma permuta com a Construtora TGD. Garantiu que a Condor tem o máximo interesse em manter uma política de boa vizinhança.

O vereador Carlos Comassetto, convidado a participar da reunião, fez uma retrospectiva sobre o conflito que dura vários anos e lembrou que desde 11 de janeiro deste ano o Quilombo dos Silva é uma área de interesse cultural da cidade, aprovada pela Câmara Municipal. Observou ainda que recentemente o presidente Lula assinou decreto reconhecendo o local como de interesse social.

A presidente da Cece, Manuela d’Ávila (PCdoB), prometeu encaminhar imediatamente à Prefeitura e às secretarias municipais do Planejamento, Obras e Viação, Cultura, Direitos Humanos e Meio Ambiente pedido de providências no sentido de agilizar a fiscalização e o cumprimento da lei. Vai pedir que sejam verificados os eventuais riscos que alguma obra possa oferecer e que o local seja respeitado como área de interesse cultural. Também solicitará ao Executivo relatórios sobre o impacto ambiental e cultural das construções projetadas para as proximidades do quilombo e vai pedir urgência na avaliação dos imóveis previstos para serem desapropriados. Manuela pretende ainda solicitar a colaboração dos ministérios público estadual e federal. 

O Incra se comprometeu em providenciar as placas que serão colocadas nas proximidades identificando o Quilombo da Família Silva, o primeiro quilombo do Brasil.

Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)