Ilha da Pintada quer urgência na construção de ponte
Único elo entre moradores das Ilhas Mauá e Pintada - divididas pelo Rio Jacuí, na região metropolitana de Porto Alegre -, a ponte de madeira de 84 metros já não comporta mais a necessidade dos habitantes. Em audiência pública promovida pela Câmara Municipal no local, na noite desta quinta-feira (23/4), representantes da comunidade queixaram-se das más condições da ponte e da demora em edificar uma nova.
Há mais de 10 anos reivindicamos esta construção, pois sofremos muito com a precariedade atual. As madeiras estão podres e há vãos entre elas, frisou a presidente da Associação de Moradores do Bairro Arquipélago, Roselane Ávila, ao relatar que nem ambulância para atendimento médico consegue atravessar a plataforma. A ponte existe há cerca de 50 anos na região e não recebe reforma desde 2003. São mais de três mil famílias residindo nas ilhas.
Coordenando os trabalhos, o vereador Toni Proença (PPS) reconheceu que a demanda é antiga, mas justificou o atraso pela demora na liberação da licença ambiental pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). A autorização para construir em área de preservação ambiental já foi conquistada, só falta agora conseguir as toras de madeira que servirão de base para as obras, anunciou.
Segundo o projeto, elaborado por arquitetos contratados pelo Centro Administrativo Regional (CAR) da região das Ilhas, serão empregados cerca de 900 toras de madeira com capacidade para suportar mais de quatro mil quilos. O coordenador do CAR, Ivo Maciel Schmitt, explicou que os postes foram solicitados em junho de 2008 à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). A CEEE possui postes de eucalipto em desuso que seriam muito bem aproveitados por nós, o problema é que eles ainda não deram resposta, criticou.
Responsabilidade
Para o vereador Nelcir Tessaro (PTB), não se pode esperar que a Companhia forneça os materiais necessários para a construção da ponte. É responsabilidade da prefeitura comprar os equipamentos. Se a CEEE não consegue fornecer as toras, o Executivo que compre, registrou. Para os vereadores presentes, o custo das obras é baixo comparado à importância que terá para o dia-a-dia dos moradores.
Beatriz Gonçalves Pereira, da comunidade, desejou que a audiência sirva de impulso para agilizar o processo de construção da ponte. É preciso entender que para comprarmos um pão ou para consultarmos um médico, temos que passar por ela. Queremos mais dinamismo e atenção, pediu. Mais de 100 pessoas acompanharam a reunião que ocorreu nas dependências da Colônia dos Pescadores.
Estiveram presentes as Secretarias Municipais do Meio Ambiente (Smam) e Administração (SMA), a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e os vereadores Carlos Todeschini (PT), Dr. Raul (PMDB), Mauro Zacher (PDT), Sofia Cavedon (PT) e Waldir Canal (PRB).
Ester Scotti (reg. prof. 13387)