Lançada a Frente em Defesa de Políticas Públicas para a Periferia

Na tarde desta quinta-feira (11/11), foi realizado o ato de Lançamento da Frente Parlamentar em defesa de Políticas Públicas para a Periferia, de autoria da vereadora Daiana Santos (PCdoB) e demais vereadores da oposição.

O objetivo da Frente é atuar em prol da melhoria da qualidade de vida para os moradores. Segundo dados socioeconômicos de 2010 do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (Ipea), a cidade de Porto Alegre apresenta grande disparidade da qualidade de vida entre os bairros de menor e maior renda.

“Discutir, mobilizar e construir propostas: somente através do debate e da construção coletiva é que conseguiremos diminuir a distância em termos da qualidade dos serviços públicos entre os bairros pobres e ricos”, explicou a vereadora. Ela destacou que políticas públicas efetivas transformam vidas nesses espaços e que pretende fazer reuniões temáticas em 2022 para encaminhamentos. “É uma construção coletiva”, completou. 

“Qual é a realidade da tua periferia? Como podemos atuar para mudar esse cenário?” Com essas perguntas, a vereadora encerrou a explanação inicial e destacou que olhar para a periferia também deve ser prioridade de um governo. 

Juliano Sá, presidente do Consea, parabenizou a iniciativa e a sensibilidade de dialogar com quem trouxe seus representantes para o Legislativo. “A fome é resultado de um projeto político, que se agravou com o desmonte de políticas públicas e com o fim de programas sociais”, relembrou. Disse que não há perspectiva de enfrentamento estrutural de combate à fome por nenhuma esfera governamental. “Por isso, precisamos estar mobilizados. E essa iniciativa para aproximar o diálogo com as periferias é essencial”, completou.

Maria Cristina dos Santos, presidente do Odabá, disse que 62% dos brasileiros tiveram emprego e renda afetados pela pandemia e que muitos deixaram de pagar alguma conta nos últimos meses. “É o maior índice da série histórica, se aproximando de 15 milhões de desempregados no Brasil”, informou. Ela atua no afroempreendedorismo e justifica que existe muito mais por “necessidade do que vocação”. Finalizou dizendo acreditar que o trabalho que está sendo realizado pelos vereadores proponentes da Frente fará a diferença para os moradores e trabalhadores das periferias. “Temos que preparar e auxiliar a formação política, capacitando as pessoas e trabalhar o ser político de cada uma”, acrescentou.

Viviane Peixoto, da rede Beabah - bibliotecas comunitárias, destacou o apoio à rede de ensino e que a “periferia tanto lê como também escreve” e leu um trecho do livro “O Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus.

A professora Luciana Dorneles também compôs a mesa e falou que, ao olhar a mesa e a pauta do encontro, vê que o “povo está aqui, na Casa do Povo”. Relembrou a luta de transgressão do povo negro através da educação, compartilhando a sua história e de seus alunos. “Pela primeira vez estamos vendo o que deve ser realmente olhado aqui dentro”, explanou. Falou também da importância da educação antirracista, explicando que o objetivo é levar para dentro da escola as narrativas que o racismo excluiu na história.

“Crescem na cidade o desemprego e as desigualdades sociais, e é a partir da perspectiva da importância das necessidades da periferia que se impõe a formação dessa Frente Parlamentar, instrumento político de defesa de políticas públicas para a população que deve ser a prioridade da atuação estatal”, encerrou a vereadora Daiana Santos.