PLENÁRIO

Sessão ordinária / Comunicações e Lideranças

Movimentaçao Plenário.
Movimentação de plenário (Foto: Cristina Beck/CMPA)

Nos discursos de Comunicações e de Lideranças da sessão ordinária desta segunda-feira (22/5), vereadores e vereadoras de Porto Alegre trataram sobre os seguintes temas:

CENSURA – Tiago Albrecht (Novo) criticou a censura de uma piada do humorista Léo Lins e seu impedimento de sair da cidade de São Paulo sem avisar as autoridades. Também mencionou a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol, segundo ele, advinda de uma "previsão mediúnica" do Judiciário. “Se formos censurar quem faz humor nesse país, teríamos que censurar o Porta dos Fundos, que comete crime em uma de suas esquetes ao dizer que Jesus é fruto do estupro de um soldado romano com Maria. Não vou eu, um cristão praticante ofendido, censurar”, disse. (LZ)

FIOS – Gilson Padeiro (PSDB) ressaltou os problemas que aconteciam com os "gatos" na luz na Capital, afirmando que isso não tem mais ocorrido, por conta do serviço da Equatorial Energia. Atualmente, o problema é com os fios excedentes de empresas de telefonia e internet, afirmou o vereador. “Peço o apoio de todos que puderem cobrar junto à Anatel e às empresas de telefonia, pois existem até empresas clandestinas colocando fios em qualquer lugar”, disse. (EB)

RACISMO – Karen Santos (PSOL) falou sobre uma pesquisa feita junto a policiais civis e militares que atuam em bairros periféricos da Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo a vereadora, a pesquisa revelou que o principal fator para abordagens policiais é o fenótipo da pessoa, isto é, a cor de sua pele. Karen defendeu políticas de educação que modifiquem a estrutura da sociedade, pois a população negra tem sofrido com a segregação e com a exclusão. “Como coloca Nelson Mandela: ninguém nasce racista, nós somos forjados dentro de uma sociedade que trata desses padrões étnico-raciais como um determinante na discriminação”, disse. (LZ)

BRIGADA – Comandante Nádia (PP) respondeu à vereadora Karen Santos, afirmando que sua fala foi uma das coisas mais absurdas que já ouviu. Segundo Nádia, a vereadora não conhece a Brigada Militar e a formação dos brigadianos. “Dizer que a Brigada Militar mata mais jovens negros é dizer que ela olha a cor, olha sexo. A Brigada Militar cuida de todos os gaúchos e gaúchas”, afirmou Nádia. (EB)

PREJUÍZO – Alexandre Bobadra (PL) discursou acerca do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando o que chamou de seu envolvimento sem conhecimento de causa na crise entre Rússia e Ucrânia e a estimativa do governo federal de um déficit de R$ 136 bilhões para 2023. O parlamentar também criticou o não cumprimento de uma promessa de repassar R$ 80 milhões à Capital para subsidiar a passagem gratuita de maiores de 65 anos no transporte urbano. “Isso nos causa uma tristeza muito grande, porque o governo traz um prejuízo à imagem do Brasil no mundo inteiro”, disse. (LZ)

RESPOSTA – Karen Santos (PSOL) utilizou o tempo de lideranças para responder à vereadora Comandante Nádia, trazendo a reportagem do jornal Zero Hora que trata do perfil de jovens, negros e tatuados em bairros periféricos, que são mais abordados pela Brigada Militar. “Em um momento de polarização, é muito importante denunciar, é muito importante essas vozes dissidentes de dentro dessas instituições cada vez mais colocarem os vereadores que falam em nome deles em seus devidos lugares”, afirmou. (EB)

ASSISTÊNCIA – Jonas Reis (PT) repudiou uma fala do prefeito Sebastião Melo sobre não admitir barracas para pessoas em situação de rua, nem a distribuição de marmitas. Reis disse que ninguém escolhe morar nas calçadas, onde faz chuva e calor e as pessoas estão sujeitas a sofrer violência. “Nos últimos dez anos, nós temos o menor investimento em assistência social. Se há mais pessoas morando nas ruas, prefeito, a culpa é sua", disse. "Temos que ter mais albergues, formação profissional, aluguel social… E as ONGs e igrejas que entregam alimentação estão de parabéns: bato palma para a solidariedade, para quem tem espírito humano”, complementou. (LZ)

SUGESTÕES – Idenir Cecchim (MDB) comentou o discurso do vereador Jonas Reis (PT) e deu sugestões sobre os moradores de rua, afirmando que há vagas sobrando em albergues na Capital. O vereador também defendeu o "trabalho inestimável da Brigada", afirmando que as denúncias não podem ser tratadas de forma geral. “Sempre que houver discriminação, vocês podem contar comigo, mas não de forma generalizada”, disse. (EB)

ALBERGUES – Giovani Culau e Coletivo (PCdoB) criticou as declarações do prefeito Sebastião Melo e do secretário de Desenvolvimento Social, Léo Voigt, sobre pessoas em situação de rua, como a crença de que a distribuição de marmitas era o que gerava o problema. Segundo o vereador, antes do governo Melo, investia-se 3% do orçamento do município em assistência social, número que vem diminuindo a cada ano. “Nós temos 950 vagas em albergues para pessoas em situação de rua, mas 2.300 pessoas para ocupar esses espaços”, disse. (LZ)

RUA – Jessé Sangalli (Cidadania) comentou sobre as pessoas que o prefeito Sebastião Melo quer tirar das ruas da Capital, afirmando que cada caso deve ser tratado unicamente. Segundo o vereador, há pessoas na rua por necessidade; os que utilizam a situação como camuflagem, que são traficantes que se disfarçam para assaltar ou traficar; e as pessoas que se encontram em situação de rua por conta das drogas. “Qual o tipo de mendigo que vocês querem acolher, o que é traficante que se faz de mendigo pra conseguir delinquir ou os que realmente precisam de apoio?”, questionou. (EB)

CESTAS – Pedro Ruas (PSOL) falou sobre a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Segundo o vereador, até o início do governo do prefeito Sebastião Melo, a instituição distribuía 10 mil cestas básicas por mês, mas haveria necessidade de elevar o número a 50 mil. A partir de 2023, a FASC doa 6.500 cestas por meio de um voucher de R$ 200. O parlamentar elogiou a mudança para um voucher, mas lamentou a diminuição no número. "A cesta básica, até o início de 2023, vinha de Minas Gerais, de avião, não estava gerando emprego aqui na agricultura familiar, para os pequenos e médios agricultores", disse. (LZ)

RACISMO – Tiago Albrecht (Novo) repudiou o racismo sofrido pelo jogador Vini Jr., que novamente foi alvo de xingamentos racistas na partida do Real Madrid contra o time do Valencia. O vereador demonstrou apoio ao jogador em sua luta contra o racismo e contra as injúrias raciais que o mesmo vem recebendo. (EB)

LIXÃO – Márcio Bins Ely (PDT) discursou sobre um lixão que se pretendia transferir para um terreno baldio na Zona Sul da Capital. O vereador mostrou a grande movimentação da rua em que se pretendia fazer a instalação, que pioraria com esse deslocamento da unidade já em início de obras. Ele agradeceu ao prefeito Sebastião Melo, que se comprometeu a mudar o destino. "Ali, nós temos uma área de ocupação intensiva, com um comércio já estabelecido. Sabemos a dificuldade do descarte de lixo, mas ali não seria o local mais adequado. Assim, fazemos um reconhecimento, um agradecimento", disse. (LZ)

Texto

Eduarda Burguez e Lucas Zanella (estagiários de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)