Lomba manifesta preocupação pela falta de escola e saúde

Conselheiros Tutelares da Micro Região 9 - Lomba do Pinheiro estiveram na tarde desta terça-feira (22/9) em reunião na Comissão de Educação, Cultura Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre e relataram dificuldades enfrentadas por essa região em função da falta de vagas nas escolas e atendimento precário nos postos de saúde. De acordo com a conselheira Ângela Jaqueline Pache também existe um distanciamento das escolas em relação as comunidades, além do aumento do número de condomínios instalados no bairro. “Isso gera aumento habitacional, pois vêm sem equipamentos escolares e de saúde”.

Ângela citou que na Parada 17 da Lomba do Pinheiro foi construído um condomínio para 400 famílias e na Parada 14 outro para 160. “E outros ainda estão por vir”, informou. Ela enfatizou que isso gera dificuldade para fazer qualquer tipo de encaminhamento e disse ainda que o Ministério Público constatou, através do Censo, que em 2000 existiam 30.338 moradores no bairro e que atualmente são 64 mil. “E há mais de 10 anos não se constrói equipamentos da rede pública”.
 
O Conselheiro Márcio Feijó falou sobre a área da saúde. Disse que a espera na fila para consulta chega até 12 horas. “Quando as mães chegam até nós já estão desesperadas e não temos o que fazer”. Na sua opinião é preciso uma estrutura maior. “Enquanto defensores dos direitos, fica complicado para conselheiros atender as demandas”. Neusa Barbosa, também conselheira, disse que a fazenda terapêutica existente no bairro não atende crianças. “Só adultos e moradores de rua”, ressaltou informando que adolescentes de 10 e 14 anos não podem receber atendimento.

Creches
 
De acordo com a secretária municipal de Educação, Cleci Jurach,  os problemas da Lomba do Pinheiro são históricos na área de educação. “Não só na questão do ensino fundamental, quanto infantil e médio”. Quanto a construção de loteamento, a secretária também manifestou preocupação. “Já pedimos à prefeitura uma participação mais efetiva da Smed quando o assunto for loteamento”.

Cleci disse ainda que existe previsão para construir mais creches no local. “Recebemos doação de terrenos e estamos providenciando a documentação”. Ela prometeu estudar a possibilidade de disponibilizar vagas emergenciais nas creches para os Conselhos Tutelares. Falou também que o orçamento anual da Smed é de R$ 410 milhões, sendo que 80% já vem comprometido. "Uma grande parte é com a folha de pagamento".
 
Audiência

No final do encontro, presidido pela vice-presidente da Cece, vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), ficou acertada a possibilidade da realização de uma audiência pública no bairro. Também foram  acatadas as proposições da vereadora Sofia Cavedon (PT) que sugeriu uma reunião com a comissão Estadual de Educação para, segundo ela, tentar, numa ação conjunta, desafogar as demandas do município.

Sofia sugeriu ainda uma discussão sobre o plano de carreira dos funcionários não docentes do município, além da discussão sobre a gratuidade nas creches pela inclusão no Fundeb. O vereador Tarciso Flecha Negra (PDT) e a vereadora Maristela Maffei (PCdoB) também compareceram ao encontro. Os participantes lamentaram a ausência do diretor do Demhab e do secretário municipal da Saúde. “Tem sido uma atitude recorrente na Casa”, disse Fernanda.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)