SESSÃO SOLENE

Lúcio Almeida é Cidadão de Porto Alegre

  • Sessão Solene de Outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre ao professor Lúcio Antônio Machado Almeida
    Solenidade ocorreu no Plenário Otávio Rocha (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Sessão Solene de Outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre ao professor Lúcio Antônio Machado Almeida
    Lúcio Almeida (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Câmara Municipal entregou o título de Cidadão de Porto Alegre ao professor Lúcio Almeida, em Sessão Solene realizada na noite desta quinta-feira (7). A homenagem foi proposta pela vereadora Karen Santos (PSOL), que também presidiu a solenidade.

“Me sinto muito honrada de conceder esta homenagem”, disse Karen. Ela afirmou que a presença de Lúcio no quadro de servidores da Câmara “é um alento” e o elogiou por ser capaz de fundamentar a prática com a teoria. Destacou que o novo Cidadão de Porto Alegre é um “servidor ativo frente às questões do nosso povo”. 

A vereadora defendeu que “a tarefa da comunidade negra ao adentrar espaços da elite burguesa é transgredir o discurso da representatividade por ela mesma” e afirmou que é preciso ter um “compromisso com as pautas históricas do nosso movimento social e das nossas comunidades”. Karen afirmou que “Lúcio sempre nos traz essa reflexão” e disse que a “coletividade negra deve pautar essas instituições para que a gente tenha mais espaço e consiga colocar mais pessoas do nosso povo a pensar direitos, dignidade e liberdade”.

“Para mim, é um momento gigante”, destacou o homenageado. “Sou fruto de uma história de vida que é muito comum nesse país”, afirmou, ao contar que seu pai não o assumiu quando sua mãe lhe contou que estava grávida. “Somos filhos não planejados”, disse. Ele ressaltou que a sociedade brasileira é dividida na escassez da oferta de bens, de saúde, educação e serviços públicos adequados, que parte da população “não tem o básico” e afirmou: “Nasci em meio à desconfiança de uma sociedade que odeia seus pobres e odeia seus pretos”.

Lúcio criticou a ideia de que “representatividade é tudo”, o “deslumbre com os espaços de poder” e o “esquecimento das raízes”. Disse que “a elite, em especial a elite preta, deve olhar para a base” e que “pensar adequadamente uma solução para este país é ter compromisso com a base”. “Vamos acessar os espaços de poder” mantendo “um pé nos espaços e um pé na base”, defendeu.

Histórico

Lúcio Antônio Machado Almeida é natural de Rio Grande. É doutor e mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Tem especialização em Direito Administrativo, Direito Sanitário e em aprendizagem cooperativa. Graduou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). É professor na Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre e na Universidade La Salle. Também já foi docente da Faculdade de Direito da UFRGS. Entre os seus livros publicados, estão Direito Constitucional às Cotas Raciais: a contribuição de Joaquim Nabuco; Direito da Diversidade: o reconhecimento moral de negras e negros brasileiros; Breve ensaio jurídico sobre os remanescentes das comunidades dos quilombos; e Racismo Institucional: o papel das instituições no combate ao racismo institucional.

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)