Plenário

Polícia Civil fala sobre força-tarefa de segurança em transporte coletivo

  • Período de Comunicações Temático. Apresentação da força tarefa da Polícia Civil que combate o roubo aos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre. Na foto, Fábio Motta, delegado de polícia.
    Lopes explicou como funciona o trabalho do grupo (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Período de Comunicações Temático. Apresentação da força tarefa da Polícia Civil que combate o roubo aos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre. Na foto, Carlos Henrique Braga Wendt.
    Wendt destacou redução dos crimes (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

A apresentação da força-tarefa da Polícia Civil que combate o roubo aos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre foi tema do período de Comunicações da sessão ordinária desta quinta-feira (30/11). Para falar do assunto, a Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu os delegados de Polícia Fábio Motta Lopes e Carlos Henrique Wendt, que defenderam os bons resultados do projeto. A iniciativa da proposta foi do vereador Moisés Maluco do Bem (PSDB). 

Criada em 2016 para ajudar a reduzir o número de crimes praticados dentro do transporte coletivo, a força-tarefa da Polícia Civil - que conta com a integração de outros órgãos públicos - tem gerado um resultado positivo para a cidade, conforme o delegado Lopes. O trabalho funciona através de câmeras de monitoramento instaladas nos ônibus que circulam pela Capital, com objetivo de identificar assaltantes e inibir a prática de roubo. De acordo com ele, graças ao projeto foi possível coordenar as ações de indivíduos que vêm cometendo roubo há mais de 30 anos. A proposta da atividade veio do Sindicato dos Rodoviários, que pediram uma atitude do poder público diante da situação de insegurança no transporte público. "Tem possibilitado não só a elucidação de crimes parados nas delegacias, mas de estender esse trabalho para diversos municípios. Uma atividade pioneira no Brasil", apontou Lopes ao parabenizar todos da equipe que está à frente do projeto. 

Já o delegado Wendt acredita ser importante que seja destacada a redução dos crimes e o pioneirismo da atividade. Segundo ele, a força-tarefa é um exemplo de serviço a ser implementado em outras regiões do país. "Temos um grupo de trabalho que deu certo com a Brigada Militar, com o sindicato dos rodoviários, Guarda Municipal e EPTC".  O delegado explicou que na 2º Delegacia de Polícia de Porto Alegre é feito o registro e coleta de prova dos crimes. "São crimes que precisam de uma punição exemplar. O ladrão de ônibus tem que permanecer preso", defendeu. Wendt ainda declarou que o trabalho parte de uma preocupação com a segurança da população e realiza a conscientização conversando com motoristas e cobradores para que a tarefa tenha um melhor desempenho. "Estamos felizes com os resultados". 

 Também estiveram presentes o delegado Cleiton Freitas, presidente da Associação de Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), e o delegado Joerberth Nunes, representante da Chefia de Polícia.

Vereadores 

RESULTADOS - Também preocupada com a segurança dos usuários de transporte coletivo, Mônica Leal (PP) parabenizou a todos que estão envolvidos no projeto."Serviço de utilidade pública ao combate à criminalidade que assola a cidade". Para a vereadora, a classe trabalhadora e a classe estudantil são as mais atingidas diariamente pelas ações criminosas. "Redução de 40% dos assaltos nos transportes. Resultado animador". De acordo com ela, é preciso restaurar não só essa, mas outras situações de violência que ocorrem em outros locais da cidade. 

ADMIRAÇÃO - Moisés Maluco do Bem (PSDB) parabenizou o trabalho desenvolvido pela força-tarefa no transporte coletivo da Capital. Lamentou que os cidadãos estejam diariamente à mercê da insegurança pública em Porto Alegre e ressaltou ser um admirador do trabalho do serviço militar e dos servidores da segurança pública. Lembrou o "momento difícil" vivido por ele, recentemente, quando foi sequestrado junto com um assessor. "Em nome da população de Porto Alegre, agradeço a tudo o que vocês têm feito."

RESULTADOS II -  Cláudio Conceição (DEM), que também é servidor da Polícia Civil, destacou a importância da força-tarefa, "que hoje é uma realidade" Lembrou que no passado a demanda por maior segurança dentro dos ônibus era muito grande devido aos assaltos frequentes dentro dos coletivos. "A necessidade foi suprida pelo trabalho eficaz desenvolvido por delegados e pela força-tarefa. Tivemos resultados animadores em áreas muito sensíveis." Conceição destacou a importância do trabalho realizado pelos policiais e pediu que ele seja ampliado e tenha continuidade.

INÉDITO - Comandante Nádia (PMDB) destacou que o trabalho da força-tarefa é inédito no país. Ressaltou que a segurança pública "é direito do estado e responsabilidade de todos" e que o trabalho realizado pelos policiais no transporte coletivo "realmente deu certo". Lembrou que, no passado, ônibus que circulavam na zona leste estavam sendo vitimados por criminosos, e o número de ocorrências criminais aumentava a cada mês". A partir do momento em que a BM passou a integrar este grupo, disse Nádia, houve a melhoria do trabalho, integrando outros batalhões, de forma que todas as consorciadas de ônibus pudessem ser contempladas.

INTEGRADO - Marcelo Sgarbossa (PT) disse que o trabalho de gabinetes de gestão integrada permite que se estabeleça "uma conversa entre aparelhos de segurança do estado, utilizando inteligência policial". Segundo o vereador, o trabalho desenvolvido pela força-tarefa permite que a população não veja mais a instituição de segurança com desconfiança, mas como uma instituição na qual se pode confiar. "O transporte coletivo é um dos grandes problemas da cidade. No ano passado, houve uma redução de 10% no número de pessoas que deixaram de utilizar o transporte coletivo, e uma das causas era a da insegurança. Ficamos satisfeitos em saber que há uma redução na criminalidade no transporte coletivo." Sgarbossa ainda defendeu a desmilitarização das forças policiais no país como forma de reduzir a violência.

INSEGURANÇA - Paulinho Motorista (PSB) falou de seus 24 anos de profissão como motorista e de que se orgulha muito, porém destacou que a situação se agrava ao longo dos anos por causa da insegurança no transporte público. Ele enfatizou que as drogas são responsáveis pelas principais causas de latrocínio dentro dos ônibus. “A força tarefa que tem sido feita, pela Polícia Civil e Brigada Militar, tem diminuído essa realidade. Só quem trabalha nessa situação de risco sabe o quanto é temeroso para os usuários e funcionários do transporte”, relata. Segundo o vereador, infelizmente não existe consideração com o próximo e a violência se agrava consideravelmente. “As forças de segurança são imprescindíveis para a nossa população. Pois isso traz uma sensação de segurança e se garante o direito do cidadão de ir e vir. Esse trabalho de parceria é fundamental”. (PB)

DESMILITARIZAÇÃO -  Sobre a desmilitarização, Comandante Nádia (PMDB) destacou que aqueles que defendem esse método não consideram a moralidade e os bons princípios. “Me pergunto? O que querem esses comunistas e porque lutam tanto por isso? Muitas vezes vemos a perda da ética e dos valores sendo exercidos”, explica. Segundo ela, na verdade os militares têm uma formação acadêmica e a missão de proteger e assegurar a valorização do cidadão. “E como pequenos grupos gritam para melhorar a segurança? Nós militares temos uma competência única que faz com que a segurança se cumpra. Desmilitarização está na contramão dos valores e não podemos esquecer da moral. Nós temos valores e a nossa sociedade está sedenta disso, e se hoje temos essa corrupção, é porque tem gente no poder fazendo o que não deve. A Brigada Militar é do Estado e não de determinados governos e serve para garantir a proteção da sociedade”. (PB)

 Texto: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 
           Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
           Priscila Bittencourte (re. prof. 14806)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)