Ponto de Fuga explora o mundo dos sonhos
O Ponto de Fuga Coletivo em Arte apresenta a instalação Alfa/Teta até quinta-feira (27/10) no T Cultural Tereza Franco da Câmara Municipal de Porto Alegre. Resultado de pesquisa de seis artistas, a exposição explora o mundo dos sonhos e das memórias. Formam o coletivo Camila Bulgarelli, Carolina de Oliveira, Daniela Helckler, Márcia Ost, Mari Menna Barreto e Patriciane Born, graduadas em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e pela Feevale.
Alfa/Teta revela um universo onírico repleto de desejos, lembranças da infância, medos e angústias inconscientes. Sonhos se manifestam poeticamente em uma experiência multisensorial e psicoafetiva. O título refere-se ao estado Alfa, etapa inicial do sono, de grande fluxo mental e estágio onde a mente concentra-se para a criatividade. Teta é o estágio seguinte, do sono mais profundo, momento em que sonhamos, informam as artistas.
Na instalação, a concepção das peças relaciona-se a fragmentos de memórias. A cor branca predomina. Espalham-se pelo ambiente objetos domésticos e cotidianos - travesseiros, casas, mesa, balanço e baú modificados nas dimensões, escalas e funções. Travesseiros transformam-se exibem memórias impressas, bordadas, coladas e desenhadas. Uma mesa traz orações sob o tampo. O balanço enferrujado projeta a sombra na parede como lembrança de um passado distante. A casa é pequena demais para ser habitada, mas abriga paredes forradas de fotos de outras casas da memória. Em um canto, ainda há um baú, do qual escapam sons familiares, mas estranhos: uma canção de ninar, a chuva, o vento, trovoadas, risadas nervosas, barulhos de insetos, uma reza e um sino.
Segundo as artistas, a partir dessa proposta de instalação, o sonho é apresentado não como aquilo que almejamos, mas como ato de sonhar, canal de expressão que torna possível a re-significação de memórias, de ilusões e da própria realidade, afirmam. Representar e compartilhar os sonhos é um exercício instigante, que permite soltar as amarras da lógica e ativar a percepção.
A exposição na Câmara pode ser visitada das 9 às 18 horas, com entrada franca. Informações: (51) 3220-4392 ou e-mail claudiah@camarapoa.rs.gov.br
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)