Plenário

Preservação do Museu Joaquim Felizardo é defendida da Tribuna Popular

Tribuna Popular com Associação dos Amigos do Museu de Porto Alegre – AMUPOA.
Dirigente da associação pediu reabertura de diálogo com a Secretaria da Cultura (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Tribuna Popular da sessão plenária desta segunda-feira (7/6) na Câmara Municipal de Porto Alegre foi ocupada pelo presidente da Associação dos Amigos do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo (Amupoa), o historiador João Carlos Salgado de Los Santos, para criticar o tratamento que a entidade vem sofrendo por parte do secretário municipal da Cultura, Gunter Axt. Disse que o espaço sofre riscos em sua função física e função.

Segundo Los Santos, a entidade foi criada em 2019 para mobilizar recursos para dar suporte ao funcionamento e também possibilitar a construção de um anexo. Disse que salas poderiam ser utilizadas para a melhor conservação do acervo e exposição à população.

O presidente da Amupoa reconheceu que no início da gestão a entidade ficou honrada de ser recebida pelo secretário, assim como do seu primeiro pronunciamento público “de que as associações de amigos eram importantes parceiros para gerir os equipamentos culturais”. No entanto, ressaltou que o diálogo foi encerrado unilateralmente e as agendas para o alinhamento de parcerias negadas. “Infelizmente, não há por parte do secretário respeito e consideração devida por essa associação”, disse o historiador.

Lamentou o descaso com a administração do espaço, que “desde janeiro foi alvo de cinco invasões, com furto e vandalismo”.  Falou da preocupação com o “abandono”, assim como em outros espaços culturais, como o Centro Municipal de Cultura. Criticou a demora da nomeação de um diretor para o museu, sendo feito após quatro meses de gestão, para o qual foi indicado o ex-governador gaúcho Vicente Bogo. “Formado em filosofia, Bogo jamais atuou na área de museologia ou patrimônio cultural”, justificou. Disse causar “espanto” não ter havido uma nomeação técnica “tendo em vista a qualificação, tanto dos funcionários da instituição, quanto do próprio quadro de apoiadores”.

Los Santos disse que não foi apresentado por parte do governo um plano de utilização do espaço e que acredita que as orientações até o momento divulgadas pela imprensa e blogs apontam que a gestão do Museu não esteja vinculada à Secretaria da Cultura, mas à pasta de Planejamento e Assuntos Estratégicos, com a intenção de transformá-lo em um “ativo econômico” e exploração comercial pela iniciativa privada. Afirmou que isso desrespeitaria o plano museológico, que prevê o uso do ambiente para resguardar o acervo histórico e arqueológico, executar ações de educação, constante qualificação do corpo de funcionários e manter a ambiência do espaço do pátio para ações culturais e preservação de área verde em meio à urbanização da cidade.

O presidente da Amupoa declarou, por fim, que a entidade está aberta ao diálogo e apelou aos vereadores para que intercedam para preservação do espaço, que conserva a herança cultural e da história da descendência da cidade. Após a fala, os vereadores Pedro Ruas (Psol), Daiana Santos (PCdoB), Matheus Gomes (Psol) e Jonas Reis (PT) apoiaram as manifestações. Já Monica Leal (PP) e Comandante Nádia (DEM) contestaram as críticas à indicação de Vicente Bogo para o comando do Museu.

Texto

Milton Gerson (reg.prof. 6539)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)