PLENÁRIO

Tribuna Popular destaca os 80 anos do Levante do Gueto de Varsóvia

Tribuna Popular: Observatório Judaico dos Direitos Humanos do Brasil apresenta o legado do Levante do Gueto de Varsóvia frente ao avanço do neonazismo e de diversas formas de fascismo na atualidade.
O orador do tributo foi o presidente do Clube de Cultura de Imigrantes Judeus, Airan Milititsky Aguiar (Foto: Gabriel Ribeiro/CMPA)

O Observatório Judaico dos Direitos Humanos do Brasil ocupou a Tribuna Popular desta segunda-feira (24/04) e ressaltou o legado do Levante do Gueto de Varsóvia frente ao avanço do neonazismo e de diversas formas de fascismo na atualidade. O orador do tributo foi o presidente do Clube de Cultura de Imigrantes Judeus, Airan Milititsky Aguiar.

 

Milititsky explicou sobre o acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, destacando as batalhas e revoluções ocorridas na época. "No verão, aproximadamente 300 mil pessoas são deportadas de Varsóvia. Um dos cinco centros de extermínio em massa de judeus”, lembrou. De acordo com o orador, restaram no gueto apenas 60 mil judeus, e em meio a tanta desolação, "surgiram no gueto luzes brilhantes, que nos iluminam até hoje”.

 

“O ponto máximo da resistência foi a criação, em 1942, da Organização Judaica de Combate, a ZOB (na sigla em polonês)”, destacou. Ele ainda afirmou que esta frente político-militar era integrada pela maioria dos partidos políticos do gueto, como: Sionista, Sionista-Socialista, Socialista e Comunista.

 

Milititsky falou que o dia em que as tropas alemãs foram enviadas ao gueto de Varsóvia a fim de eliminar a resistência judaica coincidiu com a chamada Pessach, que significa passagem, e relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. “Evocando a mensagem de liberdade que essa festividade representa, iniciou-se o levante”, afirmou. Segundo Milititsky, o levante começou com os judeus pouco armados, mas com vontade de lutar, além do destacado papel das mulheres na revolução. 

 

Para Milititsky, a atualidade vive ante o surgimento do nazifascismo, reconstituído em escala mundial, e diante do antissemitismo em crescente expansão e agressividade. Por isso, enaltecer e difundir as lições deixadas pelo levante é um dever impostergável, e é um dever educar para prevenir um possível novo genocídio. “Lutemos por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”, concluiu.

Texto

Josué Garcia (estagiário de Jornalismo)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)