PROJETO DE LEI

Vereador Ramiro propõe batizar de Parque Jaime Lerner o trecho 3 da Orla do Guaíba

Arquiteto mundialmente conhecido, que morreu hoje, foi o responsável pelo projeto de revitalização do novo cartão postal de Porto Alegre

  • Mais de 80% dos serviços da revitalização do trecho 3 da Orla do Guaíba já foram executados. Foto: Giulian Serafim/PMPA
    Trecho 3 da Orla do Guaíb, que está com 80% das obras concluídas, fica localizado entre a Foz do Arroio Dilúvio e o Parque Gigante. Foto: Giulian Serafim/PMPA
  • Morre o arquiteto Jaime Lerner, idealizador da Orla Moacyr Scliar. Foto: Ricardo Giusti/Arquivo PMPA
    Arquiteto Jaime Lerner, idealizador da Orla Moacyr Scliar, morreu na madrugada desta quinta-feira em Curitiba. Foto: Ricardo Giusti/Arquivo PMPA

O vereador Ramiro Rosário (PSDB) protocolou, nesta quinta-feira, 27 de maio, projeto de lei no Legislativo Municipal denominando de Parque Jaime Lerner o trecho 3 da Orla do Guaíba. “Jaime Lerner foi o responsável pelo projeto de revitalização da Orla do Guaíba na Capital, que alcançou reconhecimento mundial pela beleza do local e que tanto orgulha os porto-alegrenses”, justifica Ramiro. O trecho 3 da Orla do Guaíba, que está em fase final com cerca de 80% das obras concluídas, fica localizado entre a Foz do Arroio Dilúvio e o Parque Gigante.

Aos 83 anos, Lerner, um dos cinco urbanistas mais influentes do século 20, morreu às 5h10 desta quinta-feira (27), em decorrência de complicações de doença renal crônica, no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba.

O projeto de lei será avaliado nas comissões da Câmara para posteriormente ser colocado em votação no plenário. O trecho 1 é chamado de Orla Moacyr Scliar. Com 1,3 quilômetros, fica entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias.

Jaime Lerner, breve trajetória
Nascido numa família de imigrantes judeus poloneses originária de Łódź, Jaime Lerner estudou em escolas públicas até o secundário. Obteve sua graduação pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná em 1964. Em 1965, Lerner participou da criação do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), responsável pelo Plano Diretor da cidade. Casou-se em 1964 com Fani Lerner (1932 – 21/05/2009), com quem teve as filhas Andrea e Ilana.

Pelo edifício-sede da Polícia Federal em Brasília, foi premiado no Concurso Nacional de Projetos em 1967. Em 2007, recebeu da XI Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires prêmio conjunto pela urbanização Pedra Branca. Recebeu doutorados honorários da Universidade Técnica de Nova Scotia e da Universidade de Tecnologia de Cracóvia, além de ser membro honorário do Royal Institute of British Architects, do American Institute of Architects e do Royal Institute of Architects of Canada.

Como arquiteto, tornou-se consultor da ONU (Organização das Nações Unidas) para assuntos de urbanismo. Também presidiu a UIA (União Internacional de Arquitetos). Desde 2003, quando se afastou da política, passou a desenvolver projetos arquitetônicos para capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro e Porto Alegre, e também para cidades de países como Angola, México e Panamá.

Em 2018, foi eleito o segundo urbanista contemporâneo mais influente do mundo pela revista norte-americana Planetizen. O arquiteto iniciou a vida pública no início da década de 70. Em 1971, foi nomeado prefeito biônico de Curitiba. No primeiro mandato, realizou duas obras que ficariam marcadas na história da capital: o calçamento da Rua XV de Novembro e a abertura das caneletas exclusivas para ônibus expressos (BRT).

Foi nomeado prefeito novamente em 1979. Jaime Lerner, pelo PDT, assumiria a Prefeitura de Curitiba para um terceiro mandato em 1989, desta vez eleito pelos curitibanos na célebre “Campanha dos 12 dias”. Foi nesse terceiro mandato que Lerner deixou mais marcas na paisagem curitibana. Criou o Jardim Botânico, a Ópera de Arame e as icônicas estações-tubo do transporte coletivo, que são utilizadas até hoje.

Nos anos 90, Jaime Lerner foi eleito duas vezes governador do Paraná. O arquiteto assumiu o Palácio Iguaçu em 1994, ainda eleito pelo PDT, e foi reconduzido ao cargo em 1998, período marcado pela transição econômica e industrialização do Estado. Em 1997 ele havia trocado o PDT pelo PFL.

Edição

Orestes de Andrade Jr. (reg. prof. 10.241)