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Vereadores buscam diálogo entre governo e escolas

Iara recebeu professores e vereadoras Foto: Kaiser Konrad
Iara recebeu professores e vereadoras Foto: Kaiser Konrad

Vereadores da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) da Câmara Municipal, CPERS-Sindicato, comissão de diretores de escolas estaduais, Une e Conselho Estadual de Educação estiveram hoje (8/5), ao meio-dia, no Palácio Piratini. O objetivo foi agendar audiência com a governadora Yeda Crusius para tratar de questões relacionadas à educação. Recebidos pela chefe de gabinete da governadora, Iara Wortmann, foi marcada reunião das educadoras e estudantes com a secretária da Educação Mariza Abreu, para esta tarde, às 17h, na Secretaria Estadual da Educação.

A presidenta da Cece, Maristela Maffei (PSB), que participou da reivindicação, disse que o grupo, entretanto, não recuará da decisão de ter uma audiência diretamente com a governadora.

Durante toda manhã desta terça-feira, no Plenário Ana Terra da Câmara Municipal, diretores, professores, alunos e representantes da Secretaria Estadual da Educação e do Conselho Estadual de Educação debateram os principais problemas enfrentados pelas escolas estaduais. Ao final desse encontro o grupo se dirigiu ao Piratini em busca da audiência com Yeda.

DIÁLOGO - Durante a reunião na Câmara Municipal, falando em nome do Movimento dos Diretores das Escolas Estaduais, Marta Torrentino, diretora do Colégio Júlio Grau, criticou a falta de diálogo com o governo estadual, a transição de governo, a falta de políticas para definir diferenças tipológicas, o desmonte, principalmente em relação aos recursos humanos, além da falta de dinheiro para a compra de produtos essenciais no dia-a-dia das escolas.

Outros diretores também se manifestaram sobre a questão e destacaram, principalmente, a falta de repasses e a suspensão de obras. Nessas falas foi salientado que a educação não está sendo vista como um investimento e sim como despesa.

Durante os debates foi lembrado que, conforme pesquisa realizada pelos diretores, em 62 das 251 escolas estaduais de Porto Alegre, faltam professores, principalmente de Português, Geografia e Química. Ainda de acordo com essa pesquisa, diversos setores estão fechados por falta de servidores. Os diretores afirmaram ainda na reunião que as licenças-saúde ocorrem devido ao estresse provocado pelos baixos salários e pela falta de condições de trabalho e alertaram que os alunos correm riscos com as obras suspensas.

Na oportunidade o vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Raul Oliveira Filho, disse que “o Conselho não fala pelo governo; fala ao governo”. Nesse sentido, disse que a entidade encaminhou ao governo do Estado uma correspondência onde relata a carência de professores e a preocupação com os setores fechados nas escolas como SOE e bibliotecas.


RIFAS - A presidente do Cepers-Sindicato, Simone Goldschmidt, lamentou que as escolas tenham que vender rifas e realizar diversas outras atividades para poderem comprar material escolar. Disse que de janeiro até agora, a situação vem se agravando. “Está faltando vontade de investir em educação”, observou.

A vice-presidente da Cece, Sofia Cavedon (PT), que sugeriu a ida ao Palácio Piratini, criticou o acúmulo de descaso para com a educação. “As escolas estaduais vivem uma situação dramática”, acrescentou. Já a vereadora Neuza Canabarro (PDT) lamentou que a politicagem tenha prejudicado os professores. Explicou que, se a política salarial proposta no governo Collares tivesse sido aprovada, os professores de nível médio estariam ganhando R$ 1.400,00.

A representante da Secretaria Estadual da Educação, Ione Osório, lembrou que a situação difícil na área da educação não é de agora: "Algumas das críticas são aceitáveis, e outras nem tanto". Ela explicou que a SEC vem realizando os repasses e pagando a àgua e a luz diretamente às empresas. Disse que a SEC está aberta ao diálogo e leu relatório onde estão detalhados os investimentos que o órgão vem realizando.

Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)