Plenário

Vereadores debatem saúde municipal com secretário Mauro Sparta

  • Sessão Ordinária mista com participação do Secretário Municipal de Saúde Mauro Sparta. Na tribuna vereadora Daiana Santos.
    Vereadora Daiana Santos (PCdoB) (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)
  • Sessão Ordinária mista com participação do Secretário Municipal de Saúde Mauro Sparta. Na tribuna vereadora Monica Leal.
    Vereadora Mônica Leal (PP) (Foto: Jeannifer Machado/CMPA)

Durante a participação do secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, na sessão ordinária desta quarta-feira (3/2), os vereadores abordaram os seguintes temas:

REDE - Aldacir Oliboni (PT) indagou em qual prazo a prefeitura vacinará toda a população porto-alegrense fazendo uso de apenas 19 equipes. Disse que, quando há vacinação na Capital, todas as unidades de saúde disponíveis vacinam e que cada uma tem, em seus registros, de 3 mil a 5 mil famílias. Sugeriu utilizar toda a rede disponível, pois "imunizará assim que chegar a vacina” e regionalizará o atendimento, acelerando o processo. O vereador pediu o fortalecimento da atenção básica e “uma atitude ousada e respeitosa” no caso das demissões do Imesf, solicitando que os trabalhadores sejam realocados. Ainda sugeriu que os plantões dos funcionários da saúde, ao invés de 12hx36h, sejam estabelecidos em escalas 12hx60h. Por último, solicitou que o Executivo faça a compra de mais vacinas. (RF)

CALENDÁRIO - Bruna Rodrigues (PCdoB) frisou a necessidade de um calendário de vacinação. Reconhecendo a boa vontade do secretário Mauro Sparta na distribuição de “uma quantidade mínima de vacinas”, afirmou que não há “plenitude e perspectiva de vacinação”. Disse ainda que sua filha de 16 anos não retornará às aulas até que se tenha um calendário de vacina. "É preocupante pensarmos uma retomada invertendo a ordem, não pensando primeiro na vacinação dos profissionais da educação.” Bruna apontou que a quantidade de vacinas disponível é “completamente insuficiente para uma retomada saudável da cidade.” Acredita que uma retomada, neste momento, coloca em risco as famílias mais pobres da cidade. Reiterou a necessidade de reabrir os postos de saúde fechados na Capital. (RF)

COLAPSO - Roberto Robaina (PSOL) lamentou que, durante negociação dos trabalhadores do Imesf com o poder público, houve 500 demissões de enfermeiros e técnicos. Para ele, “a melhor forma de termos uma saúde de atenção básica efetiva é com os funcionários concursados do Imesf”. Disse que está preocupado com a questão da vacina e citou Manaus como “expressão do caos nacional”. Sobre a cloroquina, comentou: “Infelizmente repetiram aqui a bobagem que cientistas do mundo inteiro contestam”. Afirmou ser necessária “pressão política”, por parte da prefeitura, para acelerar a compra de vacinas. Criticou a demora na liberação da utilização da vacina russa Sputnik e a falta de um sistema informatizado para controlar quem já foi vacinado na Capital. “Se continuar com essa política, haverá colapso em Porto Alegre. Não vejo nenhum plano para evitar isso.” (RF)

ACESSIBILIDADE - Fernanda Barth (PRTB) reiterou preocupação acerca dos postos de saúde fechados na Capital e apontou que muitas pessoas só conseguem fazer consulta no posto na sexta-feira, depois do horário de trabalho, e ao precisarem de medicamento encontram a Farmácia Popular fechada. “Querer que alguém espere dois dias para ter acesso a um antibiótico é pedir demais.” Divulgou o apelo da Associação de Crianças e Adolescentes Surdos para que a vacinação de deficientes auditivos seja concentrada em uma ou duas datas, tornando possível que especialistas em Libras acompanhem o processo. “Esse tipo de acessibilidade deveria ser garantida em várias partes do serviço público.” Reforçou importância do calendário de vacinas e dos educadores serem imunizados. (RF)

QUESTIONAMENTOS - Laura Sito (PT) mencionou o trabalho dos profissionais da saúde no enfrentamento à Covid-19 e prestou solidariedade aos familiares das vítimas. “Isso nos mostra a dimensão da crise e do desmonte da saúde pública em Porto Alegre, especialmente na última gestão.” Citou o fechamento de postos e a desestruturação do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), bem como a demissão de 500 profissionais do Imesf e a falta de canais de informação disponibilizados pela prefeitura. Ao secretário Mauro Sparta, questionou: “Quais os protocolos de segurança das voltas às aulas? Temos EPIs o suficiente? Por que os profissionais da educação não estão no grupo prioritário da vacina? Qual a opinião sobre o ‘kit covit’, que traz efeitos colaterais?” (LMN)

 

LEITOS - Cláudia Araújo (PSD) trouxe pautas da área da saúde relacionadas à valorização do trabalhador. “A insalubridade é calculada pelo grau máximo de risco. Se estamos em uma pandemia, todos deveriam ganhar a mesma porcentagem de insalubridade máxima.” Reforçou a fala de Laura Sito (PT) a respeito do PACs, que está há um ano sem diretoria e coordenação em plena pandemia. “Recebo pedidos de ajuda para conseguir leitos. As famílias entram com liminar judicial e, mesmo assim, não conseguem.” Questionou quando os professores seriam vacinados, pois considera isso de extrema importância para a proteção dos trabalhadores e das crianças. Abordou a questão do Hospital Presidente Vargas e a transferência de pacientes de outros estados para Porto Alegre. (LMN)

 

PLANO - Pedro Ruas (PSOL)  dialogou com duas colegas vereadores, Fernanda Barth (PRTB) e Cláudia Araújo (PSD). “Estamos de acordo em duas questões colocadas aqui: os profissionais da área da educação e os portadores de câncer deveriam ter prioridade na vacinação.” Trouxe também para debate um questionamento feito por muitas pessoas em relação à volta às aulas, indagando qual seria o plano de enfrentamento à pandemia a partir do próximo dia 22 de fevereiro. "Teremos pelo menos um terço a mais da população circulando nos meios de transporte coletivo. Não podemos seguir com o mesmo comportamento.” (LMN)

 

GESTÃO - Giovane Byl (PTB) elogiou desempenho de Mauro Sparta na Secretaria de Saúde e que fica muito feliz por ter Fernando Ritter no departamento da Vigilância Sanitária. "Vemos no Brasil diversas cidades com prefeitos, secretários e gestores públicos se apropriando da vacina e furando fila. Podemos ver aqui o quanto que o planejamento de vacinação tem sido levado a sério.” Sobre a volta às aulas, se mostrou favorável por acreditar que a sala de aula é o ambiente mais seguro para os jovens da periferia. “Se eles não estão na escola, estão em semáforos ou nas ruas sem nenhuma proteção. Aqueles que perderam as refeições garantidas pela escola terão isso de volta.” Defendeu que toda a rede da assistência social e os conselheiros tutelares também sejam priorizados na vacinação. (LMN)

 

VACINAÇÃO - Alexandre Bobadra (PSL), em sua fala, citou o link do vacinômetro do governo federal, que, segundo ele, pode ser acompanhado de forma simultânea e que funciona muito bem. "Podemos acompanhar aqui na Capital, pois já temos 783 mil pessoas que já se vacinaram no nosso país, há uma evolução." O vereador comentou também que, em reunião com o prefeito, ele falou que, em fevereiro, as aulas podem voltar com todos os protocolos de segurança e a maioria dos vereadores estão a favor. "Nós temos que enfrentar o Covid-19 de forma consciente. Não acho necessário o governo municipal gastar em vacina quando o governo federal já está nos dando esse aporte", afirmou. E, por fim, ressaltou a conscientização das pessoas com a prevenção. (PB)

 

COERÊNCIA - Cláudio Janta (SD) disse que, em relação à campanha de vacinação, não deve haver politização. "O mundo inteiro tem se esforçado para vacinar o máximo de pessoas em curto espaço de tempo, e as pessoas criticam que está demorado." Também perguntou ao secretário municipal de Saúde se há algum estudo para abrir mais unidades básicas de saúde até as 22h e de reabrir as que foram fechadas. "Temos um projeto para que abram farmácias junto às unidades para a retirada de medicamentos." Destacou ainda que a fabricação da vacina contra covid-19 está sendo feita, porém tem que haver compreensão. "Temos que pensar, sim, em planejamento para vacinar os servidores da saúde na linha de frente e que ainda não foram vacinados. É necessário mantermos a calma e a coerência, pois está sendo feito o possível. Em breve teremos vacina para todos."(PB)

 

PRESSÃO - Matheus Gomes (PSOL) falou do diagnóstico positivo sobre a situação atual. O vereador destacou que as coisas não estão estabilizadas como disse o secretário de Saúde. "Precisamos de uma campanha de conscientização, e o governo precisa se atentar a isso. Quando abordamos o tema do kit-covid, apesar de respeitar a opinião do secretário, observamos que muitas organizações científicas dizem que não é correto distribuí-lo, pois isso não tem respaldo na ciência", ressalta. Matheus disse ainda que a falta de pressão política mostra a situação atual. "Temos que pressionar, pois o nosso SUS precisa ser preservado, e o Imesf pode permaner. Sabemos que há formas disso acontecer sem onerar o município, podemos e precisamos manter esses profissionais." (PB)

 

GOVERNO - Leonel Radde (PT) destacou que o criador do kit-covid morreu em decorrência do coronavírus e afirmou que não se pode confiar num medicamento que não funciona. "Isso é muito grave, sabemos também que o Exército investiu em cloroquina para os próximo cinco anos. Nós temos um governo que é genocida e incoerente, e isso não pode ser aceito." O vereador ainda perguntou ao secretário o que será feito para a imunização dos professores e do pessoal da segurança na Capital. Perguntou qual será o plano da prefeitura em relação ao covid-19 nos próximos meses, se há confiança no plano do governo estadual, e o que será feito sobre o Imesf." (PB)

 

TORCIDA – Mauro Pinheiro (PL) destacou que protocolou hoje projeto que dispõe sobre a presença de público nos eventos esportivos durante a pandemia. “Temos que debater amplamente nesta Casa, com o Executivo, clubes e toda a sociedade, e construir a regulamentação para que a torcida volte aos estádios, com planejamento adequado para evitar aglomerações e cumprindo todos os protocolos sanitários e de higienização. O projeto propõe o retorno de 25% em todos os setores do estádio e será uma forma de evoluirmos no retorno de mais uma atividade importante para a economia.” Também elogiou a preparação do secretário Mauro Sparta frente à pasta da Saúde. (BMB)

PARCERIAS - Moisés Barboza (PSDB) citou os colegas de bancada, vereadores Kaká D´Ávila, Ramiro Rosário e Gilson Padeiro, que estão preocupados com a pauta da covid-19, em relação à prevenção e o distanciamento. Lembrou os que antecederam ao atual secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta, reconhecendo o esforço de todos na busca de fazer o melhor pela saúde da população de Porto Alegre. Parabenizou a atual gestão pela permanência de quadros técnicos do governo anterior. Disse que gostaria de saber a opinião do novo secretário da Saúde sobre parcerias com as ONGs e as instituições que fazem atendimento gratuito de saúde, mas são vistas como de assistência social, e que passam por dificuldades. (GS)

TRANSPARÊNCIA - Daiana Santos (PCdoB) falou que é preciso pensar num plano, não somente sobre o viés da economia, mas que venha sustentar uma estrutura, pautada por mulheres, negras, principalmente, e na vida. “A gente tem que olhar para as pessoas da periferia, e essas pessoas tem cor, e a gente sabe muito bem onde elas ficam”, ratificou. Relacionou o negacionismo da covid-19 ao grande número de óbitos e, como sanitarista, ressaltou a importância da ciência. Disse que protocolou um pedido de imunização aos profissionais da Educação, que logo estarão na linha de frente quando as escolas retomarem as atividades. Solicitou a reabertura de postos de saúde e que é preciso ter a lista dos nomes, cargos e locais onde as pessoas foram vacinadas, como forma de controle da imunização. “É a transparência que vai fazer com que a população se sinta mais segura”, finalizou. (GS)

AULAS - Mônica Leal (PP) disse que recebeu informações da Secretaria Municipal de Educação (Smed), que está preparando um protocolo com critérios rigorosos na parte sanitária, estruturas de distanciamento, plano pedagógico das atividades, a ser divulgado no dia 9 de fevereiro, e que a volta às aulas precisam estar de acordo com as deliberações do Conselho Nacional de Educação, do Ministério Público, dos governos estadual e municipal. Falou que esteve na Secretaria da Saúde e ficou impressionada com a valorização da equipe que está nas ruas, fazendo a vacinação. Ressaltou que o secretário Mauro Sparta, com apenas 30 dias de trabalho, apresentou um plano de ações com planejamento, organização e previsão de execução. “Me sinto honrada pelo trabalho de um médico, dedicado à saúde pública. Deixem o homem trabalhar”, salientou. (GS)

INDEFERIMENTO - Idenir Cecchim (MDB), líder do governo, considerou responsável e dedicada a participação do secretário da Saúde, Mauro Sparta, durante a sessão ordinária, e disse que todos têm direito a questionar. “Mas prefiro ficar do lado dos que fizeram o curso de medicina e estudaram medicamentos.” Falou que a demissão dos funcionários do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) foi judicializada e que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu parecer pela extinção da entidade. Comunicou que recebeu despacho da decisão judicial que não dá continuidade à ação que questionava a eleição da Mesa Diretora da Câmara. “A juíza recorda a legislatura passada, quando o Tribunal de Justiça deu o mesmo indeferimento à cautelar solicitada pela oposição.” (GS)

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)
Priscila Bittencourte (reg. prof.14806)
Bruna Mena Bueno (reg. prof. 15.774)
Glei Soares (reg. prof. 8577)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

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