Vila Jardim das Oliveiras pede água encanada e esgoto
Ausência de esgoto, água encanada, rede elétrica regular e asfalto são as principais reclamações dos moradores da vila Jardim das Oliveiras, no Guarujá, Zona Sul de Porto Alegre. Durante a visita do Câmara da Comunidade, na manhã desta sexta-feira (9/9), a população relatou os problemas à presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Sofia Cavedon (PT). Aqui nós não queremos história. Queremos ação, anunciou o líder comunitário Sérgio Brilhante, que guiou o grupo pela comunidade, onde vivem 37 famílias.
Constituída há três anos, a Jardim das Oliveiras só aprimorou a estrutura graças aos esforços da população. Segundo moradores, as condições atuais, ainda que improvisadas, são melhores do que antes, quando havia esgoto a céu aberto e ruas alagadas. Brilhante contou que foram 15 caminhões de saibro e encanamentos amadores as alternativas adotadas, em decorrência da demora do Governo em propor soluções definitivas. Maria Enes Vieira Bittencourt, 48 anos, observou que a ligação arranjada não dá conta da demanda. Tem que ter horário para tomar banho, quando não tem muita gente usando, disse.
Maria Hortência Telles Miguel, de 69 anos, paga contas de água e luz. Todos os meses são cobradas taxas de água e esgoto cloacal (R$ 7,87) e de iluminação pública (R$ 3,18). Os serviços, no entanto, não são fornecidos. Segundo o líder comunitário, até existe ligação para esgoto sanitário, mas os canos estão entupidos. A água não tem para onde ir, reclamou Maria Hortência. Já as ruas, apesar da taxa na conta de luz, ficam às escuras, contou a moradora. Além disso, ela é uma das únicas a receber a fatura: a maioria das casas possui rede clandestina, com alto risco de incêndios.
Na vila também foram registrados focos de água parada e buracos, onde são depositados sacos de lixo e galhos de árvores. Em um desses locais, um terreno rebaixado à beira da Estrada da Serraria, o grupo deparou-se com árvores com raízes expostas, algumas inclinadas e com grande possibilidade de vir ao chão. Sofia atentou para a questão do desmatamento. Isso é mata nativa, não pode cortar. Além disso, corre o risco de desbarrancar, alertou.
Apesar desses pontos funcionarem como depósito de lixo, o problema não é generalizado. Os moradores, no entanto, denunciaram a coleta irregular e incompleta por vezes, o caminhão só passa na entrada da vila. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) orientou a população a não colocar lixeiras e evitar a criação focos de lixo. Eles também garantiram que irão solicitar à Sustentare que faça o recolhimento em todas as ruas.
A Unidade Básica de Saúde Guarujá, que atende a região, também foi tema de reclamações. Segundo Brilhante, faltam medicamentos e profissionais. A quantidade de fichas também é insuficiente, disse. Neste sexta-feira, o quadro informava que foram disponibilizadas oito fichas para clínico-geral, sete para pediatria e dez para atendimento ginecológico.
Encaminhamentos
A presidente Sofia Cavedon informou aos moradores que vai solicitar ao Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) um parecer a fim de averiguar se há alguma ação prevista para a vila. Além disso, serão solicitadas medidas paliativas, até que se possa pensar alguma solução efetiva. A Procuradoria Geral do Município (PGM) também será consultada sobre a regularização da área. Segundo Brilhante, o terreno, propriedade da Incorporadora Predial, teria sido passado à Prefeitura em troca de quitação de dívida fiscal.
A omissão do Governo foi uma acusação bastante recorrente entre os moradores. Segundo o líder comunitário, a Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local (SMGL) foi à vila em janeiro deste ano e, um mês e meio depois, convocou a comunidade para uma reunião em gabinete, da qual teriam participado Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e DEP (estes dois que também já teriam visitado a vila) para tratar dos problemas de água, luz, esgoto e asfalto. Apesar das tratativas, Brilhante constatou que nada foi feito. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) também enviou técnicos, segundo moradores, mas sem resultados. O povo quer água e luz regular. Estamos dispostos a pagar, garantiu Brilhante.
O coordenador do Centro Administrativo Regional (CAR) da região Centro-Sul, Osmar Antônio Goi, propôs uma reunião com os moradores para definir e acertar as demandas, a fim de promover uma ação de governança. As medidas priorizariam soluções para os temas de água e esgoto. Além da presidente Sofia, acompanharam a visita o vereador Mauro Pinheiro (PT) e técnicos da prefeitura.
Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessoria de Imprensa da Presidência