Vinda da Família Real beneficiou Capital e Estado
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foi extremamente benéfica para a capital gaúcha e o Estado, concordam os historiadores que participaram do seminário Porto Alegre/1808: a Cidade e a Câmara no Reino Transcontinental Português, realizado nesta quarta-feira (26/3) no Teatro Glênio Peres do Legislativo municipal.
Antes do encontro, foi inaugurada a exposição 1808: a Câmara, Porto Alegre e a Vinda da Corte para o Brasil, no saguão do Plenário Otávio Rocha, e distribuído um caderno produzido com apoio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS) e da Câmara. As atividades integram a semana em homenagem aos 236 anos da cidade.
Composta por 12 banners, com curadoria das estudantes de História Carmem Gomes Rodrigues, Marlene Marco Moinho e Thaís Nunes Feijó, a exposição 1808: a Câmara, Porto Alegre e a Vinda da Corte para o Brasil resgata a documentação trocada entre as autoridades de Porto Alegre e o Príncipe Regente e analisa a repercussão, na cidade, da presença de D. João no Brasil.
A visitação vai até 18 de abril, das 9 às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 9 às 16 horas, às sextas-feiras. As estudantes são as autoras também do caderno lançado na Casa, que inaugura a Coleção Estudos Técnicos I, uma parceria do IHGRGS e da Câmara.
Família Real
Aberto pelo presidente da Câmara, vereador Sebastião Melo (PMDB), e coordenado pelo presidente do IHGRGS, professor Gervásio Rodrigo Neves, e pelo professor Earle Macarthy, o seminário teve as participações dos professores doutores Braz Augusto Aquino Brancato (Pucrs), Fábio Kuhn (Unisinos), Márcia Eckert Miranda (Museu Júlio de Castilhos) e do mestre e doutorando em História Adriano Comissoli, da Universidade Federal Fluminense.
Brancato disse que a vinda da Família Real foi um marco para o desenvolvimento da América portuguesa. Kuhn lembrou que, a partir da presença de Dom João VI no Brasil, a Região Sul passou a atrair mais a atenção do centro do país. Márcia ressaltou que, na época da chegada da Família Real, a Capitania de São Pedro deixou de ser subalterna à Capitania do Rio de Janeiro e ganhou status de Capitania Geral.
Segundo Comissoli, o Período Joanino foi benéfico para a capital gaúcha porque trouxe a concretização de muitas demandas, entre elas a nomeação de um juiz de fora para a cidade e a elevação de Porto Alegre a Vila, de fato. 1808 foi um ano muito feliz para Porto Alegre, afirmou.
Programa de aniversário
A programação festiva dos 236 anos continua nesta quinta-feira (27/3), com as apresentações de dois filmes: Porto Alegre, Meu Canto no Mundo, de Cícero Aragon, às 9 horas, e Visão Urbana, de Fernando Telles de Paula, às 11 horas, no Teatro Glênio Peres, com entrada franca. No domingo (30/3), a Câmara promoverá um passeio ciclístico, com saída às 10 horas da Usina do Gasômetro.
Também faz parte da programação a exposição Outras Cores de Porto Alegre, que reúne fotografias de Gilberto Simon e Ricardo Zanella. A mostra, montada no T Cultural Tereza Franco, reúne imagens de detalhes do patrimônio arquitetônico da cidade. A visitação vai até sexta-feira (28/3), das 9 às 18 horas, de terça a quinta-feira, e das 9 às 15 horas, na sexta-feira.
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)