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Agaco quer poder indicar obesos para cirurgias bariátricas

Maria Inês alertou para casos graves de obesidade que não conseguiram data Foto: Bruno Todeschini
Maria Inês alertou para casos graves de obesidade que não conseguiram data Foto: Bruno Todeschini

Cansados de ver pacientes na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) por quase cinco anos, a Associação Grupo de Apoio ao Combate da Obesidade Mórbida (Agaco) solicitou a ajuda da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta terça-feira (17/11), para conseguir indicar obesos que desejam realizar cirurgia bariátrica na capital. A razão do pedido, segundo eles, está na demora da Central de Marcação de Consultas do Município em agendar as operações.

“Queremos que a Câmara nos apoie apenas para termos o direito de indicar dois pacientes das oito vagas que existem por mês para ocupar as salas de cirurgia”, explicou a presidente da entidade, Maria Inês Cassol. Na capital, três hospitais estão capacitados para efetuar as cirurgias bariátricas: o Hospital de Clínicas, o Conceição e o São Lucas. O Hospital da Ulbra começará a atender, na próxima semana, pacientes da Região Metropolitana. De acordo com a portaria do Ministério da Saúde de agosto de 2007, as instituições de saúde devem realizar no total oito cirurgias por mês através do SUS.

No entanto, dos hospitais, apenas o Clínicas não estaria cumprindo com a demanda. Conforme Aglaé Regina da Silva, diretora do Departamento de Assistência Hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde, a instituição tem realizado duas operações apenas. Sobre a reivindicação da Agaco, Aglaé enfatizou que as indicações devem passar por critérios médicos e técnicos. “É complicado favorecermos as associações e organizações não-governamentais para indicar seus associados para um atendimento prioritário”, ponderou.

Para o vereador Aldacir Oliboni (PT), a Agaco não está propondo furos de fila, mas sim a possibilidade de agilizar o processo burocrático das centrais. “Eles querem acessibilidade e não favorecimento”, frisou, ao lembrar que as avaliações da entidade também são pautadas por laudos médicos. Brizabel Rocha, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), disse que a demanda é complexa, mas que poderá ser avaliada pela direção da secretaria. “Inclusive peço à própria Agaco que leve à secretaria as reivindicações para formular políticas públicas mais viáveis contra a obesidade”, convidou.

Conforme levantamento da SMS realizado no primeiro trimestre deste ano em Porto Alegre, em um espectro de 3 mil adultos, 49% foram considerados obesos. Os trabalhos da Cosmam foram coordenados pelo presidente da comissão, Carlos Todeschini (PT), com a presença dos vereadores Dr. Raul (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT) e Mário Manfro (PSDB).

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

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