Câmara encerra ciclo de palestras sobre Getúlio Vargas
Hagemann recria na Rádio Câmara notícia da morte do presidente
Para encerrar o Ciclo Getúlio Vargas 130 anos, que registrou a passagem do nascimento do ex-presidente na Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores ouviram o professor da Ufrgs Luiz Alberto Grijó com a palestra Virando o jogo: Getúlio antes do presidente Vargas. A manifestação foi durante a sessão plenária na tarde desta quinta-feira (23/8), conduzida pelo presidente da Casa, vereador Mauro Zacher (PDT).
Grijó, em seu pronunciamento, traçou a trajetória da formação escolar e política de Getúlio Vargas: "O terceiro filho de uma família de mandachuvas do interior do Rio Grande do Sul". O professor lembrou que o estadista serviu o Exército brasileiro e cursou faculdade de Direito. Ser militar, para Vargas não significava uma carreira, mas apenas a possibilidade de ter um título, disse ao justificar a não permanência de Vargas no Exército.
Sobre o curso de Direito recordou que nesta época os pais mandavam os filhos para os grandes centros para que estudassem. Vargas optou pelo Direito porque este título de saber jurídico, raro para a época, lhe possibilitaria manejar as regras jurídicas tão importantes naquele período, falou Grijó. Lembrou também que antes de se formar, Getulio assumiu a promotoria pública em Porto Alegre.
Sobre a trajetória política destacou que Vargas conquistou a confiança através de suas atitudes firmes, "pois nunca foi um líder local", salientou. Por nunca ter se indisposto com políticos do momento, conseguiu traçar uma carreira relâmpago, que em três anos o colocou na Presidência da República, completou Grijó.
Repórter Esso
No final da palestra, o jornalista, ex-deputado cassado e ex-vereador Lauro Hagemann recriou, 58 anos depois do fato, a divulgação exclusiva da notícia da morte de Getúlio Vargas no microfone dos estúdio da Rádio Câmara, que tem vista para o Plenário Otávio Rocha, local da palestra de Grijó.
Ouvintes, aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história com as últimas notícias da UPI. E atenção, atenção, Rio de Janeiro: o Presidente Vargas suicidou-se essa manhã no Palácio do Catete. O ato culminou com a crise sustentada pelo presidente que teve início com o atentado da Rua Tonelero. Mais detalhes nas edições subsequentes. Falou o Repórter Esso em edição extraordinária, foi o texto lido por Hagemann às 8h55min do dia 24 de agosto de 1954.
À época, Lauro era o locutor oficial do Repórter Esso, retransmitido no Rio Grande do Sul pela Rádio Farroupilha de Porto Alegre. A rádio acabou incendiada durante as manifestações que se sucederam ao suicídio do presidente Vargas perdendo-se, com isso, os registros hoje reproduzidos na Câmara Municipal.
Mostra Fotográfica
No início da sessão, Zacher abriu a Mostra Fotográfica Saio da vida para entrar na história, com reproduções de imagens de época, do período da crise que levou Vargas ao suicídio na sede do governo brasileiro, o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. A exposição ficará à disposição do público até 30 de agosto, no saguão do Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal (Avenida Loureiro da Silva, 255).
Texto: Regina Andrade (reg. prof. 8423)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof.7154)
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