Vera afirmou ainda que o SindPPD deseja que todas as denúncias sejam apuradas e que se chegue à verdade sobre os fatos que envolveram o esquema de desvio de dinheiro público montado dentro da Procempa. "Não vamos tolerar a impunidade. É preciso apurar as responsabilidades e fazer com que os culpados devolvam o dinheiro desviado." Ela garantiu também que o Sindicato deseja punição inclusive para trabalhadores que eventualmente tenham participado do esquema.
Confira algumas das informações prestadas pela sindicalista:
CCs Lembrou que, em 31 de maio de 2010, o SindPPD denunciou, na Tribuna Popular da sessão ordinária da Câmara, que a Procempa havia se transformado num "grande cabide de emprego", com terceirizações, estágios irregulares proliferação de indicações políticas para cargos em comissão na empresa. Segundo Vera Guasso, os CCs correspondem, atualmente, a mais de 60% dos servidores. "Existe uma Procempa do quadro de funcionários efetivos e outra Procempa de indicações políticas." Segundo ela, todos os partidos da base do governo municipal tinham pessoas indicadas ocupando cargos em comissão na empresa.
Fantasmas Vera Guasso denunciou que, hoje, há pelo menos duas pessoas incluídas na folha de pagamento da Procempa sem nunca terem trabalhado lá: Diego Buralde e Paulo Rogoski. A sindicalista prometeu enviar à CPI uma lista de outras pessoas que receberiam salários da Procempa sem comparecer ao trabalho.
Favores Teria havido processo de cooptação interna de um pequeno grupo de funcionários da Procempa, por parte de pessoas que participavam do esquema, por meio de concessão de benefícios.
Festas Segundo Vera Guasso, o então presidente da Procempa concedia "pequenos favores" inclusive a secretários municipais. Neste período entre 2005 e início de 2013, a empresa financiou festas, coquetéis e outros eventos. "Os pedidos vinham de pessoas de fora da empresa. Esses eventos envolviam muito dinheiro. Muitas empresas terceirizadas pagavam favores a partir das festas." O esquema das festas, segundo ela, era sempre organizado pela Associação de Funcionários.
Livro - Em 2007, a Procempa patrocinou o lançamento do livro Veredas Tecnológicas, de Vanessa Trois. "Por que um secretário municipal faz pedido para que a Procempa faça um livro, se ela é uma empresa de TI?", questionou Vera.
Desmonte - Com a atuação do esquema de desvios de dinheiro público, haveria um processo de desmonte da Procempa, o que abriria caminho para a sua privatização mais tarde.
Imprensa - Em 2009, segundo Vera Guasso, a Procempa teria publicado notas pagas, nos meios de comunicação, com objetivo de atacar o SindPPD.
Plansul - Após o rompimento de contrato com a empresa Plansul, os trabalhadores da empresa privada ficavam "depositados" na sede da Procempa, "sentados nas escadarias durante dias".
Gratificações O SindPPD considera incorretos os critérios utilizados para concessão de gratificações para cargos de chefias da Procempa, pois teria criado demanda financeira maior do que já vinha tendo.
Planos de saúde Mesmo após saírem da Procempa, conselheiros continuavam usufruindo de planos de saúde e odontológicos conveniados com a empresa. Em 2008, foram assinadas decisões fazendo retroagir os benefícios a 2005.
Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)