Projeto institui o Teste do Coraçãozinho para recém-nascidos
Um projeto do ex-vereador Aldacir Oliboni (PT) torna obrigatória a realização de exame de oximetria de pulso em recém-nascidos - mais conhecido como Teste do Coraçãozinho -, nas maternidades e hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre. A proposta, que entrou em discussão preliminar de pauta na sessão ordinária desta quinta-feira (1º/3), na Câmara Municipal, prevê que o oxímetro deverá ser posicionado nos membros superiores e inferiores dos recém-nascidos entre as primeiras 24 horas e 48 horas do nascimento do bebê, antes da alta hospitalar.
De acordo com Oliboni, o Teste do Coraçãozinho se constitui em importante medida para detectar malformações cardíacas congênitas de origem embrionária. Ele cita informações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) segundo as quais o diagnóstico precoce é fundamental para evitar choque, acidose, parada cardíaca ou agravo neurológico antes do
tratamento da cardiopatia". Segundo a SBP, as cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20% a 40% dos óbitos decorrentes de malformações. Com essa preocupação, os Departamentos Científicos de Cardiologia e Neonatologia da SBP redigiram um consenso técnico para a realização do Teste do Coraçãozinho. "Trata-se de um exame simples, indolor, rápido, que deve fazer parte da triagem de rotina de todos os recém-nascidos, pois é importante para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica."
Cardiopatia
A cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde. É o defeito congênito mais comum e uma das principais causas de óbitos relacionadas a malformações congênitas. Nascem no Brasil aproximadamente 23 mil crianças com problemas cardíacos por ano; ou seja, a cada 100 bebês nascidos vivos, um é cardiopata. Desses 23 mil cardiopatas que nascem anualmente, pelo menos 80% necessitarão de uma cirurgia cardíaca.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)