Cedecondh

Promotor critica Prefeitura em ocupação de área do Montepio

Promotor quer buscar uma solução para famílias que ocupam área do Montepio  Foto: Juliana Freitas
Promotor quer buscar uma solução para famílias que ocupam área do Montepio Foto: Juliana Freitas

A Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos (Cedecondh) da Câmara Municipal promoveu encontro entre moradores da Vila Três Figueiras do Sul, no Bairro Vila Nova, e representantes da Prefeitura de Porto Alegre.  O Ministério Público acompanhou a reunião que tratou principalmente da questão de ocupação da área do Montepio dos Servidores de Porto Alegre por cerca de 500 famílias e de iniciativas para evitar que o mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça seja executado a qualquer momento. O promotor de Justiça Luciano de Farias Brasil criticou a Prefeitura por não ter definido uma estratégia clara para resolver a questão envolvendo as famílias que vivem no local há mais de cinco anos.

O promotor considera a situação complexa, devido ao grande número de informações conflitantes. Brasil, porém, elogiou a postura dos órgãos municipais, que têm sido prestativos na coleta de dados e no repasse de informações ao Ministério Público. “Esperamos que a Prefeitura adote uma estratégia capaz de resolver a questão de moradia destas famílias o mais rapidamente possível. Cabe lembrar que o Ministério Público estará à disposição dos moradores, da Cedecondh e do governo municipal para que isso ocorra. Estaremos sempre ao lado dos moradores e da legalidade, a fim de trazer a cidade irregular para a cidade formal.”

O presidente da Associação de Moradores da Vila Três Figueiras do Sul, Valmor Alves, considera o tratamento da Prefeitura aos moradores inadequado e desrespeitoso.  “Solicitamos uma série de serviços emergenciais para melhorar a qualidade do fornecimento de água e a coleta do esgoto. Temos mais de 400 crianças em idade escolar e até o banho delas é precário, devido à falta de pontos de água. Prometeram ampliar o fornecimento de água, mas o governo não cumpriu o que foi acordado”, enfatizou Alves.

O representante da Governança Local, Marco Antonio Salinas, rebateu as críticas de Alves afirmando que a Prefeitura não deve investir em uma área na qual a situação jurídica indica uma provável reintegração de posse aos proprietários. “Temos que auxiliar estas pessoas, mas temos que obedecer o calendário de serviços e garantir a execução dos mesmos aos moradores em situação regular.”

O presidente da Cedecondh, vereador Carlos Todeschini (PT), considerou equivocada a colocação de Salinas.  Para Todeschini, o governo municipal deve se responsabilizar pelos serviços básicos, independente da situação jurídica em questão. “Isso é bem diferente de realizar investimentos na área”, ponderou.  

O  vereador Raul Carrion (PCdoB) sugeriu a realização de uma reunião envolvendo administradores da massa-falida (Montepio), órgãos da Prefeitura e moradores. Carrion criticou o governo pela inoperância com que tem tratado as questões ligadas ao caso. “Está em ata. Foi proposta da própria Prefeitura a colocação de mais pontos de fornecimento de água, no começo de agosto, e até agora não foi realizada a ampliação. Também não se preocuparam com o processo de regularização fundiária da área, o que é um completo desrespeito a esta população”, denunciou. 

Alexandre Costa (reg. 7587)

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