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Smed explica aquisição de mais de 45 mil uniformes

Reunião da Cece debateu compra de kits Foto: Ederson Nunes
Reunião da Cece debateu compra de kits Foto: Ederson Nunes (Foto: Foto de Ederson Nunes/CMPA)
Na tarde desta terça-feira (3/6), a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) discutiu o uso de uniformes escolares na rede pública da Capital. À reunião, realizada na Câmara Municipal de Porto Alegre, compareceram representantes do Conselho Municipal de Educação e das secretarias municipais de Educação (Smed) e de Planejamento Estratégico e Orçamento (Speo).

Pela Smed, Conrado Lopes informou que a compra de mais de 45,3 mil kits com uniformes foi finalizada. O valor será de R$ 3,945 milhões, o que corresponde a quase R$ 87,00 por conjunto, composto de duas camisetas de mangas curtas e duas de mangas longas, calça, bermuda e jaqueta. A previsão de entrega é para o segundo semestre. “A intenção é garantir uma efetiva separação, por meio do uniforme, entre quem é aluno e quem não faz parte da comunidade escolar.” Disse que também qualifica a vestimenta de algumas crianças mais necessitadas.

Quanto ao projeto piloto do ano passado, explicou que os kits elaborados “não trouxeram os resultados esperados”. Por isso, a mochila, tênis e meias que tinham antes foram retirados. “Isto foi reduzido.”

O presidente da Cece, João Derly (PCdoB), perguntou sobre o tamanho das peças de roupa que serão entregues aos alunos. “Estivemos nas escolas e houve várias reclamações. Uma escola chegou a receber tudo em tamanho GG.” Outro ponto criticado foi a cor clara, segundo ele.

Também da Smed, Júlio César dos Passos relatou que a prefeitura tentou medir todos os alunos, mas isso se demonstrou inviável. “No projeto experimental tivemos problemas com os tamanhos. Mas a licitação estabelece que a empresa vencedora fará a grade de tamanhos e que os kits serão por amostragem.” Quanto à cor do uniforme, que era cinza claro, agora será cinza escuro.

O representante do Conselho Municipal de Educação, Carlos José Bertolazzi, pediu cuidados com a questão da obrigatoriedade, para que ela não se torne um impedimento ao acesso à educação. E lembrou que o investimento em uniformes não pode ser incluído nos 10% do orçamento que a lei manda o município aplicar em educação.

Como resposta, Jezoni Almeida, da Speo, garantiu que prefeitura já investe percentual maior do que manda a Constituição e que os recursos para os uniformes não estão incluídos.

Autora de um projeto de lei que institui o Programa Municipal de Uniforme Escolar, a vereadora Any Ortiz (PPS) também participou da reunião. Segundo ela, o objetivo da proposta é padronizar os uniformes que serão distribuídos aos estudantes. “Com isso, vamos incentivar a manutenção do aluno na escola, garantindo aos que têm dificuldades financeiras possam economizar com o vestuário.”

Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)