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Inter acredita que a Copa será realizada no Beira-Rio

Giaretta disse que há prazo para obra Foto: Jonathan Heckler
Giaretta disse que há prazo para obra Foto: Jonathan Heckler

O gerente de Patrimônio do Sport Club Internacional, engenheiro Hélio Giaretta Júnior, disse, na manhã desta quinta-feira (1º/3), que acredita na realização da Copa do Mundo de 2014 no Estádio Beira-Rio. A afirmação foi feita na Câmara Municipal de Porto Alegre, em reunião promovida pela Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de Futebol de 2014. Representantes da empreiteira Andrade Gutierrez e do Banrisul foram convidados, mas não compareceram à reunião.

Giaretta afirmou que, apesar do impasse entre Andrade Gutierrez e Banrisul, tecnicamente ainda há prazo para a execução das obras exigidas pela Fifa. Segundo o engenheiro, há data limite para a obra, mas a construtora tem condições técnicas de cumpri-la, podendo trabalhar até em três turnos. “Estamos na expectativa para que este impasse seja resolvido o mais breve possível”, afirmou.

Sobre a possibilidade de empresas gaúchas assumirem a obra, aventada pelo vice-presidente da comissão, Nelcir Tessaro (PSD), Giaretta explicou que qualquer alteração no processo de reforma do estádio tem de ser aprovada pela Fifa. “Algumas empresas gaúchas participaram da licitação, mas a Andrade Gutierrez ganhou, por isso estamos focados nela”, declarou. “A Andrade tem know-how em estádios suficiente para tocar a obra em tempo e com a qualidade desejada.”

O secretário estadual de Esportes, Kalil Sehbe, demonstrou otimismo com a realização da Copa no Beira-Rio. Na sua opinião, a Andrade Gutierrez “tem bala na agulha suficiente para, se quiser, bancar toda a obra” no estádio. Sehbe resumiu o imbróglio entre a empreiteira e o Banrisul a uma questão comercial. “O que a Andrade Gutierrez quer é dinheiro barato para capital de giro”, disse. “Qual empresa não quer?”. O secretário garantiu que o Banrisul tem cumprido seu papel e destacou a importância da Copa para o desenvolvimento da cidade.

Contrato

O relator da comissão, Reginaldo Pujol (DEM), manifestou otimismo e criticou o clima de insegurança propagado por setores da sociedade. “O que não falta é gente para dizer que vamos perder a Copa do Mundo como perdemos a Copa das Confederações”, disse. “Tudo leva a crer que vai sair no Beira-Rio.” Para Pujol, a atitude da Andrade Gutierrez não passa mesmo de “jogada comercial”. O vereador disse que sua confiança deve-se em muito às declarações da presidente Dilma Rousseff, garantindo o apoio da União à Copa no Beira-Rio.

O presidente da comissão especial, Airto Ferronato (PSB), admitiu que demoraria muito tempo fazer todos os acertos necessários para um novo pré-contrato. “Qualquer modificação precisa do aval da Fifa”, frisou. O vereador criticou, porém, o fato de a Andrade Gutierrez, uma empresa que, segundo ele, fatura R$ 18 bilhões/ano, reclamar das exigências do Banrisul. Ele lamentou as ausências dos representantes da Andrade Gutierrez e do Banrisul, garantindo que foram convidados para a reunião.

Ao encerrar a reunião, Ferronato anunciou que a comissão acatou sugestão do vereador Carlos Todeschini (PT) e vai solicitar, à direção do Internacional, cópia do contrato aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube, mesmo que ainda não assinado pela construtora. Ao fazer a solicitação, Todeschini argumentou que a Câmara tem o direito de conhecer o teor das cláusulas de confidencialidade do contrato, que, segundo o engenheiro Giaretta, “juridicamente, não podem ser abertas”.

Outros vereadores compareceram à reunião: Dr. Raul Torelly (PMDB), Tarciso Flecha Negra (PSD), Haroldo de Souza (PMDB), Alceu Brasinha (PTB), João Dib (PP) e Fernanda Melchionna (PSOL). Também estiveram presentes respresentantes da Assembleia Legislativa, da Fiergs, da Secopa e do gabinete do vice-governador.

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)